postado em 19/12/2019 04:15
[FOTO1]Após duas semanas de greve dos transportes e mobilização nas ruas que ameaçam prejudicar as festas de fim de ano, o presidente da França, Emmanuel Macron, sinalizou ontem que poderia fazer alguma concessão em seu projeto de reforma previdenciária, durante as negociações com os sindicatos. O Palácio do Eliseu indicou que Macron ;não abandonará o projeto, mas está pronto para melhorá-lo, por meio de discussões com os sindicatos;. E sugeriu que poderá haver ;avanços até o fim da semana;.
A menos de uma semana da celebração do Natal, é urgente encontrar uma solução para o impasse. A partir de sábado, milhares de pessoas pretendem viajar, sobretudo de trem, para passar as festas com a família. Daí que o presidente, que por enquanto não teve sua popularidade prejudicada pelos protestos, quer ;uma trégua; na mobilização social durante o feriado de fim de ano, segundo fontes do governo.
Ontem, o primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, recebeu os líderes de sindicatos dos trabalhadores e patronais para tentar encontrar uma saída para a crise, que preocupa os comerciantes e gera grandes transtornos no dia a dia da população.
O tempo é curto e um acordo vai demandar flexibilidade por parte do governo. Ao fim da reunião com Philippe no Hôtel Matignon, a residência oficial do premiê, o líder do sindicato da CGT, Philippe Martinez, que lidera os protestos, reiterou que eles não têm intenção de fazer uma pausa do movimento durante o Natal, se o governo não recuar e retirar seu projeto de reforma da Previdência.
Segundo fontes próximas a Macron, o governo poderia fazer concessões em um dos pontos mais controversos de sua reforma: a chamada idade do equilíbrio, ou idade oficial da aposentadoria, que a reforma estabelece aos 64 anos, a partir de 2027, dois anos a mais que o fixado atualmente.
Os trabalhadores que se aposentarem antes dessa idade teriam direito a uma pensão menor, enquanto aqueles que saírem mais tarde receberão uma remuneração mais alta. Essa ideia foi rejeitada em bloco pelos sindicatos, especialmente o CFDT. Até recentemente, principal aliado do governo, esse último considera que o Executivo ultrapassou uma perigosa ;linha vermelha;. Hoje, Edouard Philippe recebe os líderes da RATP (transporte parisiense) e da SNCF (trens).