Jornal Correio Braziliense

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Palavras de esperança aos países americanos

Na tradicional mensagem Urbi et orbi, na Praça São Pedro de Roma, o papa Francisco cita %u201Cperíodo de agitação social e política%u201D que afeta nações do continente, citando nominalmente a Venezuela. Também expressa apoio aos imigrantes e pede segurança ao Oriente Médio



Diante da Praça São Pedro tomada de fiéis, o papa Francisco dedicou, ontem, parte de sua tradicional mensagem de bênção Urbi et orbi (à cidade e ao mundo, em tradução livre) para falar da crise que afeta países americanos. O pontífice pediu ;esperança para todo o continente americano, onde várias nações estão passando por um período de agitação social e política;. Em outro momento, criticou os ;muros da indiferença; enfrentados pelos migrantes e instou o mundo a ter uma maior atenção em relação ao Oriente Médio.

Ao falar dos países americanos, o papa argentino lançou palavras específicas para a Venezuela. ;Que o pequeno menino de Belém anime o amado povo venezuelano;, disse Francisco, esperando que a população possa receber ;a ajuda de que precisa;.

Ele também elogiou ;os esforços daqueles que se empenham em favorecer a justiça e a reconciliação e trabalham para superar as várias crises e as inúmeras formas de pobreza que ofendem a dignidade de cada pessoa;.

Em seguida, exortou a comunidade internacional a ;garantir a segurança no Oriente Médio, particularmente na Síria;. ;Que Cristo seja a luz para tantas crianças que sofrem a guerra e os conflitos no Oriente Médio e em vários países do mundo;, desejou.

Terra Santa

O argentino Jorge Bergoglio pediu especialmente que ;o Senhor Jesus seja luz para a Terra Santa, onde Ele nasceu, Salvador do homem, e onde continua a expectativa de tantos que, apesar de cansados mas sem perder o ânimo, aguardam dias de paz, segurança e prosperidade;. Este ano, as festividades foram marcadas pelo retorno à região do que é considerado um fragmento do berço de Jesus, um presente do papa que foi recebido em Jerusalém e transferido, no fim de novembro para Belém;, depois de 1.300 anos na Europa.

Ainda ao falar sobre os países que atravessam conflitos, o papa abordou as tensões no Iraque e a grave crise humanitária no Iêmen. Cobrou também uma solução para a crise política no Líbano, um país de ;coexistência harmoniosa; e denunciou a ação de ;grupos extremistas no continente africano;, sobretudo em Burkina Faso, Mali, Níger e Nigéria. E se referiu à Ucrânia, ;que aspira a soluções concretas para alcançar uma paz duradoura;.

Francisco, que fez do apoio aos migrantes uma das prioridades de seu pontificado, não poupou, em sua mensagem, as críticas aos ;muros da indiferença;. O papa enfatizou que, ;a esperança de uma vida segura;, os refugiados acabam sofrendo ;abusos inomináveis, escravidão de todos os tipos e tortura em campos de detenção desumanos;.

Horas antes, durante a homilia de Natal, o pontífice enfatizou a importância do amor ;incondicional; e ;livre; diante da lógica do mercado. ;Não esperemos que nosso vizinho se torne bom para fazer o bem a ela, que a Igreja seja perfeita para amá-la, que outros nos considerem para servirmos. Vamos começar primeiro;, assinalou.

Sudão do Sul

Em mensagem conjunta, Francisco e o arcebispo de Canterbury, Justin Welby, encorajaram novamente as difíceis negociações de paz no Sudão do Sul. ;Nesse período de Natal e no início de um novo ano, desejamos enviar a vocês e a todo o povo do Sudão do Sul nossos melhores votos de paz e prosperidade;, escreveram aos líderes políticos do país.

No comunicado, eles também enfatizaram a ;proximidade espiritual; com os sul-sudaneses ;enquanto trabalham para uma rápida implementação dos acordos de paz;. Os votos também foram assinados pelo reverendo John Chalmers, ex-moderador da assembleia-geral da Igreja da Escócia.

Incêndio no Chile

Cerca de 200 casas foram afetadas por um incêndio florestal que começou na véspera de Natal na cidade turística portuária de Valparaíso, centro do Chile, e que deixou dezenas de famílias desabrigadas. O fogo atingiu os morros Rocuant e San Roque, na parte alta da cidade, e se mantinha ativo ontem, porém em menor intensidade. No total, cerca de 150 hectares foram devastados, segundo o ministro do Interior, Gonzalo Blumel. Há indícios de que o incêndio seja criminoso. O governo, que enfrenta uma grave crise política, anunciou que, se confirmada essa tese, abrirá processo contra os envolvidos.