Agência France-Presse
postado em 26/12/2019 08:13
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Os manifestantes se reuniram nesta quinta-feira (26/12) em diversos centros comerciais da megalópole. Eles gritaram frases hostis ao governo e à polícia.
Em um centro comercial do bairro de Tai Po, ao nordeste de Hong Kong, a polícia usou gás de pimenta e tinta azul - com o objetivo de apontar os suspeitos - contra dezenas de manifestantes que estavam vestidos de preto.
As forças de segurança também efetuaram várias detenções.
A violência diminuiu no último mês na ex-colônia britânica, que vive desde junho sua crise mais grave desde a devolução a Pequim em 1997.
Mas na internet, grupos de manifestantes convocaram ações contundentes durante o período de Natal e Ano Novo, em especial nos bairros que concentram as grandes lojas.
Para o movimento pró-democracia esta é uma forma de perturbar a economia e de pressionar tanto Pequim como o governo local, que se recusam a fazer concessões.
Na véspera de Natal, centenas de ativistas enfrentaram durante horas as forças de segurança no centro comercial de Tsim Sha Tsui, um dos bairros mais movimentados da cidade.
[SAIBAMAIS]Na quarta-feira (25/12) foram registrados confrontos no bairro de Mong Kong, outro ponto de comércio intenso.
A chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, acusou os "agitadores irresponsáveis e egoístas" de terem arruinado as festas de Natal.
Hong Kong tem uma grande comunidade cristã e o Natal é uma festa importante e tradicionalmente animada para bares e outros comércios.
O movimento de protesto teve início após a apresentação de um projeto de lei que pretendia autorizar extradições para a China. O Executivo local pró-Pequim retirou o texto, mas os manifestantes ampliaram suas reivindicações.
Os protestos tiveram um impacto negativo no turismo e na economia desta grande praça financeira, que entrou em recessão no terceiro trimestre pela primeira vez em 10 anos, com uma queda do PIB de 3,2%.