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Keiko Fujimori enfrenta novo pedido de prisão por caso Odebrecht no Peru

A audiência está agendada, apesar de coincidir com uma greve parcial de magistrados que exigem melhorias salariais

Agência France-Presse
postado em 26/12/2019 11:48
Keiko, de 44 anos, rejeitou as acusações do promotor sobre risco de fugaUm tribunal de Justiça peruano avalia nesta quinta-feira (26/12) se volta a ordenar prisão preventiva da líder da oposição Keiko Fujimori, que foi libertada da prisão há um mês, depois que a Promotoria apresentou novas evidências que a incriminam no escândalo da construtora brasileira Odebrecht.

A audiência está agendada, apesar de coincidir com uma greve parcial de magistrados que exigem melhorias salariais.

O promotor José Domingo Pérez pediu ao juiz Víctor Zuñiga que emitisse uma ordem de 36 meses de prisão preventiva. No mandado, alegou que existe o risco de fuga e obstrução da Justiça por parte Keiko Fujimori, após novas provas surgidas nas últimas semanas.

O pedido contra a líder do partido Força Popular (direita radical) será avaliado a um mês das eleições extraordinárias no Congresso. Seu grupo aparece em segundo lugar nas pesquisas, atrás da Ação Popular, de centro.

Keiko, de 44 anos, rejeitou as acusações do promotor sobre risco de fuga.

O promotor Pérez estima que há novos elementos contra Keiko, a quem ele acusa de receber dinheiro sujo da construtora brasileira Odebrecht e de outras fontes para financiar suas campanhas eleitorais de 2011 e 2016.

[SAIBAMAIS]À acusação de lavagem de dinheiro, Pérez quer acrescentar as de obstrução de Justiça, associação ilícita, fraude processual e organização criminosa.

O promotor estima que os novos elementos aumentariam o risco de fuga e a obstrução de Justiça.

A primogênita do ex-presidente preso Alberto Fujimori (1990-2000) foi solta em 29 de novembro, depois de passar quase 13 meses em prisão preventiva.

A opositora foi enviada para a prisão em 31 de outubro de 2018 por supostamente interferir nas investigações contra ela.

A defesa de Keiko Fujimori está confiante em que, desta vez, o juiz rejeitará a ordem de prisão.

A Promotoria, que aceitou com relutância a decisão do Tribunal Constitucional, retornou à acusação após obter no Brasil uma declaração de um ex-executivo da Odebrecht, Luiz Eduardo da Rocha Soares. Perante os promotores peruanos, ele confirmou a contribuição de 1 milhão de dólares da empresa para a campanha da líder da Força Popular em 2011.

Registrado como "Campanha Nacional", esse dinheiro seria repassado para sua candidatura por meio de Caixa 2 do setor de "operações estruturadas" da Odebrecht. Este setor era usado para gerenciar propinas e financiamentos não declarados para partidos políticos, segundo o portal IDL.

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