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Americano é morto em ataque no Iraque

Os tiros de foguetes e morteiros contra bases iraquianas que abrigam soldados americanos

Agência France-Presse
postado em 28/12/2019 09:42
Na sexta-feira (27/12) à noite, 30 foguetes atingiram a base K1 em KirkukNovos disparos de foguetes no Iraque deixaram um morto nas fileiras americanas pela primeira vez, aumentando o medo de escalada da violência em um país mergulhado em sua pior crise política e social em décadas.

Os Estados Unidos prometeram recentemente "uma resposta firme" à proliferação de ataques visando seus interesses no Iraque - não reivindicados, mas que para Washington são realizados por facções pró-Irã.

Na sexta-feira (27/12) à noite, 30 foguetes atingiram a base K1 em Kirkuk, uma região petrolífera ao norte de Bagdá, segundo informou uma autoridade americana à AFP.

"Um funcionário terceirizado americano foi morto e vários soldados americanos e pessoal iraquiano ficaram feridos", relatou o comando da coalizão antijihadista no Iraque e na Síria.

Os tiros de foguetes e morteiros contra bases iraquianas que abrigam soldados americanos ou representações diplomáticas dos Estados Unidos se intensificaram nos últimos dois meses.

Desde 28 de outubro, dez ataques fizeram feridos e uma vítima fatal nas fileiras iraquianas e causaram danos materiais inclusive na embaixada americana, localizada na Zona Verde de Bagdá.

O ataque de sexta-feira, no entanto, difere em sua intensidade. Jamais uma quantidade tão grande de foguetes foi lançada contra uma única base.

"Os tiros foram muito precisos. O ataque teve como alvo precisamente a área onde os americanos estão, perto da sala de reuniões", disse à AFP uma autoridade dos serviços de segurança da província de Kirkuk. O ataque também poderia ter sido muito mais mortal.

Comandantes da polícia iraquiana e da coalizão internacional deveriam se reunir na sexta-feira no K1, de onde liderariam uma vasta operação nas áreas montanhosas onde ainda estão escondidas células do grupo Estado Islâmico (EI).

Mas, devido às condições climáticas desfavoráveis, a operação - e, portanto, a reunião - foi adiada.

Embora nenhum dos recentes ataques antiamericanos tenha sido reivindicado, Washington aponta para as facções armadas pró-Irã, cuja influência está crescendo e que agora fazem parte das forças de segurança iraquianas.

Para os americanos no Iraque, essas facções agora são mais ameaçadoras do que o EI, segundo uma fonte da segurança ocidental.

Sinal dessa preocupação, "um comboio de 15 veículos americanos transportando blindados e armas" chegou recentemente em sua embaixada em Bagdá, segundo um oficial da segurança iraquiano.

Em seu comunicado anunciando o ataque à base K1, a coalizão disse que as forças iraquianas conduziam a investigação e que seriam elas que responderiam.

O Iraque vem dizendo há meses que não quer servir de campo de batalha para os dois grandes inimigos que são seus dois aliados.

Hoje, porém, a situação mudou. O Irã fortaleceu sua influência sobre seu vizinho às custas de Washington.

Desde a renúncia do governo, quase um mês atrás, a República Islâmica e seus aliados no Iraque têm pressionado para colocar um de seus homens como primeiro-ministro.

Diante da intransigência iraniana, o presidente Barham Saleh também ameaça renunciar.

A instabilidade política foi desencadeada pela pior crise social vivida pelo segundo produtor de petróleo da Opep.

Os manifestantes, pela primeira vez em décadas, saíram às ruas espontaneamente a partir de 1; de outubro para exigir a saída de toda a classe política.

Um movimento que não vacila, apesar de quase 460 mortos e 25.000 feridos.

Os manifestantes prometem continuar até obterem a revisão do sistema de distribuição de cargos políticos de acordo com grupos étnicos e religiões e a renovação de uma classe política inalterada por 16 anos.

A reforma eleitoral recentemente votada no Parlamento altera o sistema de votação, de um sistema de listas para o sistema uninominal.

Mas, para especialistas, isso poderia favorecer notáveis locais, que os partidos no poder sempre conseguiram cooptar graças ao clientelismo.

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