Agência Estado
postado em 30/12/2019 07:47
O Exército americano conduziu neste domingo, 29, bombardeios aéreos contra pontos estratégicos da milícia xiita Kataib Hezbollah no Iraque e na Síria em resposta ao ataque com míssil que deixou um civil americano morto na sexta-feira. O americano trabalhava como empreiteiro e estava em uma base militar iraquiana. Os bombardeios deixaram 15 combatentes mortos.
A ação marca a primeira vez em que os EUA agiram com força militar contra um grupo xiita no Iraque e na Síria desde que as forças americanas retornaram à região em 2014 para lutar contra o Estado Islâmico (EI). Os cinco alvos atingidos incluem três das instalações da milícia no Iraque e duas na Síria. De acordo com o Pentágono, elas eram utilizadas para armazenar armas e também como centros de comando e controle que a Kataib Hezbollah usou para planejar e executar ataques.
Um oficial americano, que falou em condição de anonimato, disse que os bombardeios foram conduzidos por jatos F-15E e o ataque foi aprovado pelo presidente Donald Trump no sábado à noite. Oficiais americanos não disseram de onde os aviões decolaram.
Os EUA têm acusado a Kataib Hezbollah de conduzir mais de 30 ataques com mísseis na sexta-feira que mataram o empreiteiro e deixaram quatro militares americanos e dois membros das forças iraquianas feridos perto Kirkuk - uma das ricas cidades de petróleo do país.
"Em resposta aos repetidos ataques da Kataib Hezbollah contra bases iraquianas que apoiam e recebem as forças da Operação Resolução Inerente (OIR, na sigla inglês, nome da campanha militar dos EUA e aliados contra o EI no Iraque e na Síria), as forças americanas conduziram ataques defensivos precisos que vão reduzir a habilidade da Kataib Hezbollah de futuros ataques contra as forças da OIR", disse o porta-voz do Pentágono, Jonathan Hoffman, em um comunicado.
Algumas horas após os bombardeios, quatro mísseis Katiusha caíram perto de uma base americana onde estão alojadas as tropas dos EUA, em Taji, ao norte de Bagdá, sem deixar vítimas.
Ameaça
No início deste mês, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, culpou as forças apoiadas pelo Irã de uma série de ataques contra bases no Iraque e alertou aos iranianos que qualquer ataque conduzido por eles ou por seus cúmplices que ferisse americanos ou aliados seria "revidado com uma resposta americana decisiva".
As tensões aumentaram entre Teerã e Washington desde o ano passado, quando Trump retirou os EUA do acordo nuclear de Teerã fechado em 2015 com seis potências e ordenou a imposição de sanções que afetaram a economia do Irã.
A Kataib Hezbollah, também conhecida como Brigadas Hezbollah, é uma força separada do principal grupo libanês Hezbollah, e opera sob um guarda-chuvas de milícias alvos de sanções internacionais conhecidas coletivamente como Forças de Mobilização Popular. Muitas delas são apoiadas pelo Irã.
A Kataib Hezbollah é liderada por Abu Mahdi al-Muhandis, um dos homens mais poderosos do Iraque. No passado, ele combateu tropas americanas e é agora o vice-presidente das Forças de Mobilização Popular. Em 2009, o Departamento de Estado o associou às Forças Quds da Guarda Revolucionária do Irã, designadas como uma organização terrorista estrangeira por Trump este ano.
Os EUA mantêm 5 mil soldados no Iraque, a convite do governo iraquiano para assistir e treinar o combate contra o EI. (Com agências internacionais).
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.