Correio Braziliense
postado em 06/01/2020 04:14
O retorno à produção de urânio enriquecido, anunciado ontem pelo Irã, faz cair por terra um acordo histórico, firmado em 2015 depois de 23 meses de intensas negociações, das quais o Brasil participou como mediador. O documento de 100 páginas foi comemorado em todo o mundo — especialmente pelos iranianos, que sofriam os efeitos das sanções internacionais impostas desde 2006 pelo Conselho de Segurança da ONU.
Graças ao acordo, abandonado por Donald Trump em 2018, as sanções econômicas começaram a ser reduzidas em 2016, os ativos iranianos foram descongelados e o país saiu da lista dos sancionados pela Organização das Nações Unidas. Estava previsto que as restrições contra o Banco Central, o Exército, as estatais e a aviação do país fossem cancelados em três décadas. Em contrapartida, Teerã se comprometeu a reduzir a capacidade nuclear, permitir vistorias da Agência Internacional de Energia Atômica e não acumular urânio enriquecido.
Curiosamente, o programa nuclear iraniano foi lançado, nos anos 1950, com a parceria dos Estados Unidos, dentro do programa Átomos para a Paz. O governo norte-americano chegou a fornecer, inclusive, assistência técnica para o desenvolvimento da tecnologia nuclear no país. Porém, a ideia era que o Irã a utilizasse para fins pacíficos, até porque ele é signatário do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares. Depois da Revolução de 1979, o país passou a investir em peso nos reatores de urânio, alegando objetivos médicos e de produção energética.
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