Correio Braziliense
postado em 08/01/2020 04:05
Relativamente próximo da Terra, a apenas 100 anos-luz, há um planeta do tamanho do nosso e com condições similares, o que o torna potencialmente habitável. Trata-se do TOI 700 d, descoberto pelo satélite TESS, da agência espacial americana (Nasa), com mais três corpos celestes: uma estrela e outros dois planetas. Inicialmente, os cientistas identificaram que a estrela era semelhante ao Sol, o que significava que os três planetas que a orbitam eram maiores e mais quentes do que realmente são.
“Quando corrigimos os parâmetros da estrela, os tamanhos de seus planetas foram reduzidos, e percebemos que a mais externa era do tamanho da Terra e estava na zona habitável”, contou Emily Gilbert, estudante de pós-graduação da Universidade de Chicago e integrante da equipe do TESS. “Além disso, em 11 meses de dados, não vimos explosões da estrela, o que aumenta as chances de o TOI 700 d ser habitável e facilita a modelagem de suas condições atmosféricas e de superfície”, complementou.
A estrela, a TOI 700, é pequena, tem 40% do tamanho do Sol e mais fria. Dos três planetas — TOI 700b, c e d —, apenas o TOI 700 d está em uma zona com possibilidade de existência de água em estado líquido. Ele é é cerca de 20% maior do que a Terra e orbita sua estrela em 37 dias. Recebe 86% da energia que a Terra recebe do Sol.
O planeta mais interno, o TOI 700 b, é quase exatamente do tamanho da Terra, provavelmente rochoso e completa uma órbita a cada 10 dias. O planeta do meio, o TOI 700 c, é 2,6 vezes maior que a Terra e orbita sua estrela a cada 16 dias. Segundo cientistas, ele provavelmente é um mundo dominado por gás. A equipe acredita que todos os planetas estejam travados de forma ordenada à sua estrela, o que significa que eles giram uma vez por órbita para que um lado seja banhado constantemente pela luz do dia.
Estreia
A descoberta é a primeira do TESS. Lançado pela Nasa em 2018, o satélite tem a missão de funcionar como uma espécie de caçador de planetas. “O TESS foi projetado e lançado especificamente para encontrar planetas do tamanho da Terra e em órbita de estrelas próximas. Descobrir o TOI 700 d é uma descoberta científica essencial”, ressaltou, em comunicado, o diretor de astrofísica da Nasa, Paul Hertz. O telescópio espacial Spitzer confirmou a existência dos corpos celestes.
O TESS monitora grandes áreas do céu, chamadas setores, 27 vezes por dia. Esse “olhar prolongado” permite que o satélite rastreie movimentos detalhados de planetas orbitando estrelas. Segundo a Nasa, missões futuras poderão ser capazes de identificar se os TOI 700b, c e d têm atmosferas e, em caso positivo, até determinar suas composições.
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