Mundo

Teerã nega que míssil derrubou 737-800

Correio Braziliense
postado em 11/01/2020 04:05
A caixa-preta será analisada por especialistas da Ucrânia e do Irã

O Irã negou, de forma categórica, as suspeitas de que o Boeing 737-800 da companhia Ukraine International Airlines (UIA), que caiu com 176 pessoas na quarta-feira perto de Teerã, tenha sido derrubado por um míssil. A tese é defendida pelos governos de Canadá, EUA e Reino Unido, os quais asseguram ter obtido dados dos serviços de inteligência. O secretário de Estado norte-americano, Mike  Pompeo, também afirmou ontem que seu país acreditava que o avião “provavelmente” foi abatido por um míssil do Irã. “Uma coisa é certa, este avião não foi atingido por um míssil”, disse o presidente da Organização de Aviação Civil Iraniana (CAO), Ali Abedzadeh, em entrevista coletiva em Teerã. As autoridades iranianas prometeram divulgar hoje a causa da tragédia.

No início da noite de ontem, a Ucrânia anunciou que cerca de 50 especialistas enviados ao Irã conseguiram acesso às caixas-pretas. Uma equipe canadense de 10 pessoas estava “a caminho” para tratar de questões relacionadas às vítimas. A queda ocorreu na manhã de quarta-feira (hora local), logo depois de o Irã disparar mísseis contra duas bases utilizadas pelos militares americanos estacionados no Iraque em resposta ao assassinato pelos EUA contra um general iraniano. O voo PS752 da UIA decolou de Teerã rumo a Kiev e caiu dois minutos depois.

Um vídeo de cerca de 20 segundos mostra imagens de um objeto luminoso que sobe rapidamente para o céu e toca o que parece ser um avião. A gravação, que não foi formalmente autenticado pela agência France-Presse, foi publicada por vários meios de comunicação, como o jornal The New York Times. “Vimos alguns vídeos”, disse Abedzadeh. “Confirmamos que o avião ficou em chamas por cerca de 60 ou 70 segundos”, embora, segundo ele, “não seja correto cientificamente que foi atingido por algo”.

Abedzadeh sublinhou que “as informações nas caixas-pretas são absolutamente cruciais” para a investigação. “Qualquer declaração antes da extração dos dados não é uma opinião de especialistas”, ressaltou. Segundo Kiev, as autoridades dos Estados Unidos entregaram ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, “dados importantes sobre a catástrofe”.



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