Correio Braziliense
postado em 11/01/2020 08:24
O comandante da seção aeroespacial da Guarda Revolucionária iraniana, brigadeiro-general Amirali Hajizadeh, declarou neste sábado (11/1) que assumia "total responsabilidade" pela tragédia do Boeing 737 ucraniano, abatido wm Teerã pelo exército iraniano na quarta-feira (8/1). "Assumo total responsabilidade", disse o brigadeiro-general Amirali Hajizadeh em comunicado transmitido pela televisão. "Eu preferiria morrer a ser testemunha de um acidente semelhante", disse ainda.
Segundo o comandante, o operador de mísseis que abateu o Boeing disparou sem que pudesse obter a confirmação de uma ordem de disparo devido a um bloqueio das telecomunicações. O soldado teve 10 segundos para decidir se dispara o míssel, justificou. Os 176 passageiros e a tripulação do avião morreram no acidente.
Com informações da Agência France-Presse
Presidente da Ucrânia quer indenização
O presidente ucraniano e seu colega iraniano manterão conversações neste sábado depois que Teerã admitiu ter abatido por engano o Boeing 737 da Ukraine Airlines International. Volodymyr Zelensky terá "uma entrevista por telefone com o presidente da República Islâmica do Irã, Hassan Rohani, às 17h00 (13h00 de Brasília)", afirmou a presidência ucraniana em comunicado.
Ele também afirmou que Teerã parece disposto a conduzir uma investigação "imediata e objetiva"."Nossos especialistas no Irã tiveram acesso a todas as fotos e vídeos e outras informações necessárias para analisar os processos em andamento em Teerã", disse Zelensky.
Ele exigiu punição pelos culpados e indenização por parte do Irã, cujo míssil abateu o Boeing na quarta-feira, matando todas as 176 pessoas a bordo. As vítimas são principalmente canadenses iranianos, mas também afegãos, britânicos e suecos, além de onze ucranianos, incluindo nove tripulantes.
"Esperamos que o Irã leve os culpados à justiça", "o pagamento de indenizações" e "o retorno dos corpos das vítimas", escreveu o presidente ucraniano no Facebook.
Essa tragédia é ainda mais traumática para a Ucrânia porque a lembra do desastre do voo MH17 da Malaysia Airlines, que caiu em 2014 na zona de conflito armado com separatistas pró-russos, no leste da Ucrânia, matando 298 pessoas.
Segundo investigadores internacionais, o avião foi abatido por um míssil BUK da 53ª Brigada Antiaérea Russa, mas Moscou e os rebeldes continuam negando responsabilidade.
Com informações da Agência France-Presse
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.