Correio Braziliense
postado em 12/01/2020 04:06
A atual presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, que investiu em uma campanha contra o autoritarismo da China, foi reeleita para novo mandato, apesar da campanha de intimidação econômica e diplomática do poder comunista para isolar a ilha. “Taiwan mostrou ao mundo o quanto amamos nosso modo de vida livre e democrático e nossa nação”, declarou Tsai à imprensa, ao anunciar a vitória. Pequim considera Taiwan uma de suas províncias e prometeu um dia recuperar o controle, à força, se necessário. “Espero que as autoridades de Pequim entendam que Taiwan é um país democrático, e que nosso governo democraticamente eleito não ceda a ameaças e intimidações”, acrescentou Tsai Ing-wen.
Taiwan, uma ilha com cerca de 23 milhões de pessoas, está politicamente separada da China há sete décadas. No entanto, é considerada um país independente apenas por algumas capitais, cujo número diminuiu nos últimos anos. Ontem, 19 milhões de eleitores foram convocados a decidirem entre duas visões divergentes do futuro do território e suas relações com Pequim, seu maior parceiro comercial.
A presidente Tsai Ing-wen, que se apresenta como garantidora dos valores democráticos contra o poder comunista considerado autoritário do presidente chinês, Xi Jinping, foi reeleita com 57,1% dos votos. Ela obteve 8,1 milhões de votos — 1,3 milhão a mais do que nas eleições anteriores de 2016. “A vitória de Tsai Ing-wen é um tapa na cara de Pequim porque os taiwaneses não cederam à intimidação”, disse à agência France-Presse o analista político Hung Chin-fu, da Universidade Nacional Cheng Kung em Taiwan.
Desde a chegada de Tsai Ing-wen ao poder, Pequim cortou as comunicações oficiais com a ilha, intensificou seus exercícios militares, endureceu as pressões econômicas e arrancou de Taiwan sete de seus aliados diplomáticos. Pequim não reagiu imediatamente aos resultados das eleições presidenciais de Taiwan. “Mas, obviamente, não está feliz”, observa Joshua Eisenman, analista político da Universidade de Notre Dame, nos Estados Unidos. “Continuarão firmes em relação a Tsai Ing-wen ou optarão por uma abordagem mais flexível... essa é a grande questão”, enfatiza.
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