Correio Braziliense
postado em 12/01/2020 04:06
Também conhecida pelos altos níveis de poluentes, em particular devido à forte dependência de combustíveis fósseis como o carvão, a Índia foi cenário de um estudo do Instituto de Barcelona para a Saúde Global (ISGlobal), que encontrou uma associação entre a exposição à poluição do ar e a má saúde óssea. A osteoporose é uma doença na qual a densidade e a qualidade dos ossos são reduzidas. Globalmente, é responsável por uma carga substancial de doenças, e a prevalência deve aumentar devido ao envelhecimento da população.
O artigo, publicado neste mês na revista Jama Network Open, analisou a associação entre poluição do ar e saúde óssea em mais de 3,7 mil pessoas de 28 aldeias nas proximidades da cidade de Hyberabad, sul do país. Os autores usaram um modelo desenvolvido localmente para estimar a exposição da população, dentro de suas casas, ao carbono preto e às partículas finas (aquelas suspensas, com menos de 2,5m?) circulantes no ambiente externo.
Os pesquisadores cruzaram essas informações com o estado dos ossos dos participantes. Para tanto, utilizaram um tipo especial de radiografia que mede a densidade óssea, denominada absorciometria por raios X de dupla, e calcularam a massa óssea na coluna lombar e no quadril esquerdo. Os resultados mostraram que a exposição à poluição do ar ambiente, particularmente a partículas finas, está associada a níveis mais baixos de massa óssea. Não foi encontrada essa correlação quando os voluntários, em vez de carvão, usavam combustível de biomassa para cozinhar.
“Esse estudo contribui para a literatura limitada e inconclusiva sobre poluição do ar e saúde óssea”, explicou, em nota, o brasileiro Otavio T. Ranzani, pesquisador do ISGlobal e primeiro autor do estudo. Sobre os possíveis mecanismos por trás dessa associação, ele afirma que “a inalação de partículas poluentes pode levar à perda de massa óssea por meio do estresse oxidativo e da inflamação causada pela poluição do ar”.
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