Mundo

Irã convoca embaixador britânico para explicar presença em ato contra aiatolá

Correio Braziliense
postado em 12/01/2020 12:58
O Ministério das Relações Exteriores do Irã informou neste domingo, 12, que convocou o embaixador britânico no país, Rob Macaire, para explicar sua presença em um protesto contra o governo iraniano no sábado em Teerã. O ministério chama o protesto de "ilegal" e fala em um "comportamento não convencional" de Macaire. Os protestos registrados no fim de semana no Irã acontecem após o país admitir ter derrubado um avião ucraniano na quarta, 8, causando a morte das 176 pessoas que estavam a bordo. O Irã alega que o avião foi derrubado por engano. O país vive uma escalada de tensão desde a morte do general Qassim Suleimani em operação dos Estados Unidos. Macaire chegou a ser detido por várias horas no sábado em frente à universidade Amir Kabir, onde protestantes se reuniram. A mídia iraniana informou que Macaire estava incitando os protestos. Neste domingo, o embaixador negou ter participado de qualquer manifestação política no Irã, mas disse ter comparecido a um tributo às vítimas da queda do Boeing 737. "Fui a um ato apresentado como uma vigília em memória das vítimas da tragédia do avião da Ukraine International Airlines, derrubado próximo ao Teerã nesta quarta. É normal querer prestar minhas homenagens, já que algumas vítimas eram britânicas", afirmou. De acordo com Macaire, ele abandonou o local cerca de cinco minutos depois, "quando algumas pessoas começaram a protestar contra as autoridades". Cerca de 200 pessoas fizeram uma manifestação neste domingo em frente à embaixada britânica em Teerã queimando uma bandeira do Reino Unido. No sábado, o chanceler britânico, Dominic Raab, chamou a detenção temporária de Macaire uma "violação flagrante da legislação internacional". O chefe de diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, condenou a prisão de Macaire e se disse preocupado com a situação. "É necessário o máximo de respeito à Convenção de Viena", escreveu Borrell no Twitter. Após a morte de Suleimani, que era visto como um ícone nacional, os iranianos reuniram-se em apoio aos seus líderes. Os protestos deste sábado sinalizam uma mudança de comportamento após a mea culpa iraniana a respeito do avião ucraniano. O Irã negou por vários dias que um míssil teria derrubado a aeronave. Mas a pressão internacional aumentou quando Estados Unidos e o Canadá, citando informações de inteligência, disseram acreditar na hipótese. / Com informações da AFP e Reuters

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags