Território veta entrada de diretor da HRW

Correio Braziliense

postado em 13/01/2020 04:34

 

O objeivo do retorno a Hong Kong, depois de 21 meses, era participar de uma entrevista coletiva de imprensa para o lançamento do Relatório Mundial anual da Human Rights Watch (HRW). Enquanto voava de volta a Newark (Nova Jersey), ao ter negada a entrada no território autônomo da China, Kenneth Roth — diretor executivo da organização não governamental — falava ao Correio. Por e-mail, ele explicou que esteve na cidade em abril de 2018, quando participou de um evento sobre um documento alusivo à discriminação de gênero no mercado de trabalho chinês. “O fato de eu ter sido barrado menos de dois anos depois é um triste testemunho da deterioração das liberdades básicas em Hong Kong. As autoridades sabiam que eu planejava conceder a entrevista na próxima quarta-feira”, afirmou à reportagem.

Segundo Roth, a introdução do Relatório Mundial da HRW, assinada por ele, focou nas “graves e crescentes ameaças do governo chinês aos esforços globais para defender os direitos humanos”. “Hong Kong era o local mais óbvio para a entrevista; nós tipicamente escolhemos uma grande cidade que destaca a tendência apresentada no documento. Foi assim em Istambul, para o tema  da imigração; em Beirute, para a guerra na Síria; e em Berlim, para a reação contra os autocratas”, lembrou.

O diretor executivo da HRW conta que chegou a Hong Kong às 14h30 de ontem (hora local). Quatro horas e 20 minutos depois, foi colocado em voo de volta para Newark. “A Imigração foi cordial, mas firme e muito reveladora. Meu nome apareceu no computador, no balcão do controle de passaportes. Fui levado a um escritório e me fizeram perguntas bastante superficiais e desinformadas. Então, me disseram que eu teria de aguardar enquanto os superiores deles decidissem. Fizeram uma checagem completa em minha bagagem. A justificativa para não permitirem minha entrada foi ‘motivos de imigração’. Tentei obter mais informações, mas repetiam esse mantra”, relatou.

Para Roth, a grande questão está em qual papel a China desempenhou nesse processo. Ele disse ter questionado à oficial de Imigração se a decisão foi tomada em Pequim ou em Hong Kong, e a resposta contemplou a segunda opção. “Em dezembro passado, Pequim anunciou que imporia ‘sanções’ não especificadas à HRW, em resposta a uma resolução aprovada pelo Congresso dos Estados Unidos. Pequim jamais detalhou quais seriam essas sanções”, comentou. O lançamento do Relatório Mundial foi remarcado para amanhã, na sede da Organização das Nações Unidas, em Nova York. (RC)

Rainha convoca reunião familiar 

A rainha da Inglaterra, Elizabeth II, convocou para hoje um encontro com vários membros da família real, incluindo o neto, o príncipe Harry. Na pauta da reunião, está a crise provocada por ele e a esposa, Meghan, ao anunciarem o desejo de abandonar suas obrigações na realeza. De acordo com a imprensa bitânica, Harry (D) se reunirá com a avó (C), na companhia de seu pai, príncipe Charles (E), e de seu irmão, príncipe William, com quem mantém relações tensas. A conversa ocorrerá na residência particular da rainha, em Sandringham, no leste da Inglaterra. Em viagem ao Canadá, Meghan poderá participar da reunião por telefone. O clima do encontro, sem dúvida, será tenso, uma vez que a monarquia soube por meio da imprensa sobre o desejo de Harry, de 35 anos, e sua mulher, a americana Meghan Markle, de 38 anos, de abandonarem os deveres como membros do primeiro escalão da família real para viverem uma parte do ano na América do Norte e trabalharem pela independência financeira.