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Com a anuência da rainha

Elizabeth II divulga comunicado em que externa apoio total à decisão dos duques de Sussex de renunciar à condição de membros sêniores da realeza. Monarca vai fixar um período de transição para que o casal abandone definitivamente os deveres reais

Correio Braziliense
postado em 14/01/2020 04:17
Álbum de casamento: a família reunida, no Castelo de Windsor, após a cerimônia de núpcias de Meghan e Harry, em maio de 2018


Ao fim de uma reunião de família, em Sandringham, a rainha Elizabeth II divulgou ontem nota em que se disse de acordo com a renúncia do neto Harry e da mulher dele, Meghan, dois dos mais populares integrantes da realeza britânica, aos deveres reais. A monarca anunciou um “período de transição” para que os duques de Sussex se desvinculem totalmente da vida protocolar.

Além da rainha, estiveram na reunião, batizada pela mídia britânica de Cúpula de Sandringham, o príncipe Charles, herdeiro do trono, e os filhos dele, William e Harry. Do Canadá, onde está com o filho Archie, de 8 meses, Meghan teria participado por telefone. Chamou a atenção no comunicado o fato de Elizabeth II ter se referido ao neto e à esposa pelos nomes de batismo, evitando os títulos reais.

“Minha família e eu respeitamos totalmente o desejo de Harry e Meghan de construir uma nova vida como uma jovem família. Embora nós preferíssemos que eles continuassem a trabalhar em tempo integral como membros da família real, respeitamos e entendemos seu desejo de viver uma vida mais independente como família, mantendo-se como uma parte valiosa da minha”, assinalou a nota.

Surpreendendo a família real, que não foi consultada sobre a decisão, Harry, 35 anos, e Meghan, 38, anunciaram na semana passada que estavam abandonando seus deveres como membros de primeiro plano da realeza, apesar de não renunciarem a seus títulos nobreza e continuarem “apoiando a rainha”, podendo representá-la, se necessário, em atos oficiais ou no exterior. Informaram que dividirão seu tempo entre o Reino Unido e a América do Norte e que vão buscar “independência financeira”.

Complexidade

“Harry e Meghan deixaram claro que não querem depender de recursos públicos em suas novas vidas”, prosseguiu a rainha, no comunicado, explicando que são “questões complexas a resolver”. Por isso, acrescentou, foi acordado estabelecer um período de transição, cuja duração não foi especificada. “Há mais trabalho a ser feito, mas solicitei decisões finais nos próximos dias”, afirmou.

De acordo com a imprensa britânica, na reunião de Sandringham seriam abordadas questões como a alocação financeira que o príncipe Charles dá ao casal de sua fortuna pessoal, que é a principal renda dos duques, seus títulos de nobreza e que tipo de negócios eles podem empreender. O casal registrou a marca Sussex Royal, que abrange desde cartões-postais a roupas, passando por consultoria ou campanhas de caridade.

Nas palavras de David McClure, especialista em finanças reais, o desejo de Harry e Meghan de querer viver ao mesmo tempo como príncipes, mas desfrutando dos privilégios de cidadãos anônimos é uma “mistura tóxica”. E a opinião pública parece olhar com desagrado por sua decisão: a maioria acredita que devem desistir de todo o apoio econômico da realeza e que Harry não deve mais figurar na linha de sucessão ao trono.

Uma das principais queixas do casal é com relação à mídia britânica. Ontem, Harry e o irmão William, 38 anos, se uniram para denunciar, em um comunicado incomum, uma informação veiculada em um jornal sobre a relação de ambos. “O uso de linguagem incendiária dessa maneira é ofensivo e potencialmente prejudicial”, disseram eles, sem especificar a que jornal se referiam.

Citando uma fonte próxima à família, o Times publicou ontem que Harry e Meghan se consideravam “rejeitados pelo que consideravam uma atitude de intimidação pelo duque de Cambridge”, William. Mais sutil, o Sunday Times disse que William sente que ele e o irmão se distanciaram bastante.


“Minha família e eu respeitamos totalmente o desejo de Harry e Meghan de construir uma nova vida como uma jovem família. Embora nós preferíssemos que eles continuassem a trabalhar em tempo integral como membros da família real, respeitamos e entendemos seu desejo de viver uma vida mais independente como família, mantendo-se como uma parte valiosa da minha”


Elizabeth II, rainha da Inglaterra




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