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Impeachment volta à pauta

Correio Braziliense
postado em 15/01/2020 04:43
Nancy Pelosi confere anotações:

A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos vota hoje a resolução de envio ao Senado das acusações contra Donald Trump, passo necessário para o julgamento político do ex-presidente por abuso de poder e obstrução do Congresso. Um resultado favorável à remessa do processo, resultado esperado em razão da maioria democrata na Casa, pode resultar no início do julgamento de destituição do republicano amanhã mesmo. Trump será o terceiro na história do país a enfrentar um processo do tipo, com chances praticamente nulas de perda do cargo.

“O povo americano merece a verdade, e a Constituição exige um julgamento”, ressaltou, em comunicado, a presidente da Câmara, a democrata Nancy Pelosi.  Durante a manhã, a congressista pela Califórnia se reuniu a portas fechadas com membros de sua maioria para fixar as modalidades e o calendário do procedimento.

A resolução também deve definir que membros da Câmara desempenharão o papel de procuradores durante o julgamento do presidente republicano, acusado de abuso de poder para convencer a Ucrânia de desprestigiar um de seus rivais políticos e depois de ter obstruído a investigação legislativa.

Segundo as regras do Senado, o julgamento começará quando a equipe de representantes da Câmara cruzar os corredores do Capitólio para se somar ao Senado e ler as acusações contra Trump. Depois, o presidente da Suprema Corte dos Estados Unidos, John Roberts, constitucionalmente responsável por supervisionar os debates, vai jurar ser “imparcial” diante dos 100 senadores — ao mesmo tempo juízes e jurados do processo.

Danos

O líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, disse estar pronto para agir rapidamente, logo que a Câmara autorizar, e buscar a absolvição de Trump. “A Câmara causou dano suficiente. O Senado está pronto para assumir suas responsabilidades”, disse.

Não deverá ser uma tarefa complicada. Para condenar o presidente, é necessário o apoio de dois terços do total dos senadores, ou seja, 67 votos. Os democratas têm apenas 47 das cadeiras. Dessa forma, ainda que ocorram deserções entre os republlicanos, que são 53, as chances de afastamento de Trump são mínimas.

Embora cientes de que devem ser derrotados, os democratas esperam entregar ao Senado informações constrangedoras sobre o presidente dos Estados Unidos. Os democratas votaram em um julgamento político convencidos de que Trump usou recursos do Estado para pressionar a Ucrânia. Seu objetivo era forçar o anúncio de uma investigação sobre Biden, um de seus potenciais oponentes na eleição presidencial de novembro. Já os republicanos, que cerraram fileiras com Trump, denunciam uma “caça às bruxas” orquestrada pela oposição.


53
dos 100 senadores americanos são republicanos, o que deve garantir a vitória de Donald Trump no julgamento político. São necessários 67 votos para a destituição





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