Mundo

Evo admite que não deveria ter buscado 4º mandato e partido anuncia candidato

Correio Braziliense
postado em 17/01/2020 19:27
O ex-presidente boliviano Evo Morales admitiu em entrevista à versão digital do jornal alemão Zeit que foi "um erro" voltar a se candidatar à presidência. "Foi um equívoco assumir a proposta do povo após a decisão do Tribunal Constitucional. Mas o povo havia decidido e eu aceitei sua proposta para uma quarta candidatura", justificou-se. "Deveria ter rejeitado a proposta. Mas ganhamos a eleição no primeiro turno", afirmou. O ex-presidente defende a realização de uma investigação, apesar da polêmica ocorrida durante a apuração. O candidato opositor Carlos Mesa liderava a apuração, mas, depois de uma paralisação na contagem, Evo apareceu como o ganhador. "Não houve fraude. A Organização dos Estados Americanos (OEA) incendiou a Bolívia com seu relatório eleitoral", afirmou Evo. O ex-presidente disse acreditar que seu partido MAS vencerá as eleições presidenciais de 3 de maio, apesar de advertir que "nessa ocasião, sim, é que pode ocorrer fraude eleitoral". Evo revelou que pretende voltar à Bolívia antes das eleições presidenciais para a campanha, apesar dos riscos. Ele também afirmou que renunciou "para evitar a pena de morte". "Eu não esperava a violência, o fascismo e o racismo que ocorreram", acrescentou. Ex-chanceler deve disputar presidência Ainda nesta sexta-feira, o partido de Evo - o Movimento ao Socialismo (MAS) - anunciou que o ex-chanceler David Choquehuanca será seu candidato à presidência da Bolívia nas eleições de 3 de maio. Choquehuanca, um indígena aimara de 58 años, obteve apoio necessário para representar o MAS, partido criado por Evo. O ex-chanceler terá como companheiro de chapa o líder cocaleiro Andrónico Rodríguez. "O ex-presidente ratificará a decisão nos próximos dias. Ele não elegeu, pediu que decidíssemos em consenso", disse hoje o deputado do MAS Juan Cala. Acredita-se que a ratificação ocorrerá este fim de semana em um encontro de partidários do MAS. Rodríguez tem 30 anos e lidera os plantadores da folha de coca nas seis federações de Cochabamba, na região central da Bolívia, das quais Evo continua sendo o líder máximo. O ex-presidente está coordenando a campanha do MAS em Buenos Aires, onde se encontra como asilado à espera da concessão do status de refugiado político - com o qual ele terá mais regalias. O anúncio foi feito cinco dias após Evo divulgar um relatório sobre seus 14 anos de governo. Evo considera que, juridicamente, continua sendo presidente da Bolívia, pois a Assembleia Legislativa ainda não aprovou sua carta de renúncia. Choquehuanca, que é aimará como Evo e foi o rosto indígena da diplomacia do governo, havia se afastado do gabinete ministerial nos últimos anos. (Com agências internacionais)

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags