Correio Braziliense
postado em 19/01/2020 04:06
Há quatro meses enfrentado protestos da população contra políticos acusados de corrupção e incompetência, o governo do Líbano vive um fim de semana tenso. Ontem, na capital, Beirute, mais de 220 pessoas ficaram feridas em protestos considerados os mais violentos desde o início do clima de instabilidade. O presidente Michel Aoun ordenou que o Exército garanta “a segurança dos manifestantes pacíficos, a proibição de atos de vandalismo e a preservação dos bens públicos e privados”.
Os confrontos começaram em frente a uma das principais portas do Parlamento, no centro de Beirute. Manifestantes, alguns encapuzados, lançaram projéteis, pedras e outros objetos contra policiais do Batalhão de choque, que usaram jatos d'água e gás lacrimogêneo para conter o tumulto. Um porta-voz da Cruz Vermelha informou à agência France-Presse de notícias (AFP) que “mais de 80 pessoas foram levadas ao hospital, enquanto mais de 140 foram atendidas na rua”.
As manifestações têm se intensificado nas últimas semanas pela piora da situação socioeconômica e pela incapacidade das autoridades do novo primeiro-ministro, Hassan Diab, em formar um novo governo passados dois meses da demissão de Saad Hariri. O premier anterior a Diab renunciou em decorrência de protestos contra corrupção e o aumento do custo de vida. O Líbano tem uma dívida de quase US$ 90 bilhões, o equivalente a mais de 150% de seu PIB, e o Banco Mundial advertiu, em novembro, que o índice de pobreza poderá atingir 50% da população, contra o atual um terço.
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