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México oferece oportunidades a migrantes que cruzarem fronteira em ordem

Até a noite de sábado, cerca de 800 migrantes haviam aceitado regularizar sua situação e buscar emprego no México

Correio Braziliense
postado em 19/01/2020 09:20

Migrantes e membros da Guarda Nacional na fronteira entre a Guatemala e o MéxicoAutoridades mexicanas pediram neste sábado (18/1) a migrantes centro-americanos que tentaram entrar à força pela fronteira com a Guatemala para manter "ordem e respeito", assegurando-lhes que "há oportunidades para todos" os que entrarem no país seguindo o procedimento regular.

 

Mais cedo, membros da chamada caravana 2020, formada por milhares de migrantes, a maioria hondurenhos e salvadorenhos, entraram rapidamente em confronto com efetivos da Guarda Nacional, que resguardavam a ponte internacional Rodolfo Robles, uma das passagens formais entre o México e a Guatemala, mas acabaram sendo contidos.

 

O general Vicente Hernández, coordenador de operações da Guarda Nacional no rio Suchiate, fronteira natural entre os dois países, aproximou-se da grade divisória sobre a ponte fronteiriça para se dirigir aos migrantes e garantir que haverá uma "recepção humanitária" mediante um "ingresso controlado".

 

"Com ordem e respeito, todos serão atendidos. Há oportunidades para todos. Entendemos a situação. Vocês são nossos irmãos de Honduras, El Salvador, Guatemala", disse Hernández aos centro-americanos, que responderam com atenção e aplausos à mensagem.

 

Até a noite de sábado, cerca de 800 migrantes haviam aceitado regularizar sua situação e buscar emprego no México, informou um funcionário do Instituto Nacional de Migração (INM).

 

Em grupos de 20 a 30 pessoas, foram levados de ônibus para o posto migratório de Tapachula, 37 quilômetros ao norte de Ciudad Hidalgo, para terem seus casos analisados, acrescentou o agente.

 

Ameaça dos EUA

 

Após a tensão da manhã, a maioria dos centro-americanos se dispersou no lado guatemalteco, na cidade de Tecún Umán. Por volta das 18h locais (21h em Brasília), não havia mais migrantes na ponte internacional, enquanto cerca de 40 agentes da Guarda Nacional protegiam a grade principal.

 

"Peço às autoridades mexicanas que, por favor, nos deem uma oportunidade para poder empreender um bom trabalho e chegar a nos superar", disse à AFP Edith Maya, de 40 anos, que deixou Puerto Cortés, ao norte de Honduras, acompanhada dos filhos de 9 e 13 anos. Maya espera prosseguir até os Estados Unidos, ou encontrar trabalho no México.

 

O INM mantém operações em comunidades fronteiriças como El Ceibo, Tenosique, El Triunfo, Reforma e Escárcega, passagens frequentes daqueles em situação ilegal.

 

O general Hernández informou que, ante a chegada da caravana, foi reforçada a vigilância na fronteira sul, sem detalhar o número de agentes deslocados.

 

Ele relatou que, em El Ceibo, outra cidade fronteiriça, 200 pessoas também tentaram entrar irregularmente, mas foram contidas. Embora tenham sido convidadas a se registrar, optaram por voltar para o lado guatemalteco, onde se estima que haja mil migrantes.

 

Funcionários da Migração mexicana colaram cartazes na zona fronteiriça com informações sobre o Programa de Emergência Social, lançado pelo governo para atender o êxodo.

 

Os anúncios apontam que os programas de emprego serão implantados em oito departamentos (estados) de Honduras e em 14 departamentos de El Salvador.

 

Depois de visitar a fronteira com Honduras junto com o vice-presidente guatemalteco, Guillermo Castillo, o embaixador dos Estados Unidos na Guatemala, Luis Arreaga, advertiu à caravana que seu país não permitirá seu ingresso de forma irregular.

 

"Os migrantes que escolhem continuar estão arriscando suas vidas em um esforço destinado a fracassar. Não lhes será permitido entrar, ou permanecer, nos Estados Unidos", frisou Arreaga, de acordo com um comunicado da missão diplomática. 

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