Correio Braziliense
postado em 20/01/2020 04:15
Games e realidade virtual (RV) podem fazer a ponte entre as sociedades urbanas e a natureza, abrindo caminho para a conservação de insetos por meio de educação, da curiosidade e da participação real. É o que defende a equipe do cientista da computação da Universidade Internacional da Flórida Alban Delamarre, e do biólogo Dr. Jaeson Clayborn. Eles desenvolveram um jogo de RV, também com versão para desktop disponível, o Butterfly World 1.0, projetado para envolver seus usuários na exploração e na educação ambiental.
Situado na floresta seca subtropical de Florida Keys (um arquipélago na costa sul da Flórida), o Butterfly World atrai os jogadores para um ambiente virtual imersivo, onde aprendem sobre as relações entre borboletas, plantas e espécies invasoras. Enquanto exploram o cenário, eles interagem e têm lições sobre as borboletas, formigas, plantas nativas e exóticas e outros componentes do ecossistema da floresta.
Segundo os autores, realidade virtual e os jogos sérios são as novas fronteiras da educação ambiental e “apresentam uma oportunidade única de interagir e aprender sobre diferentes espécies e ecossistemas”. A principal vantagem é que esse tipo de experiência interativa gerada por computador permite que as pessoas observem fenômenos impossíveis ou difíceis de testemunhar, como sucessão florestal por longos períodos de tempo, borboletas raras em florestas secas tropicais ou os efeitos de espécies invasoras na vida selvagem nativa.
“Imagine se, em vez de abrir um livro didático, os estudantes pudessem abrir os olhos para um mundo virtual. Vivemos um tempo em que o aprendizado experiencial e as histórias sobre diferentes espécies são importantes, porque o modo como nos sentimos e nos conectamos com elas determinará sua existência continuada no presente e no futuro”, dizem os autores do artigo, publicado na revista Rethinking Ecology. “Embora a tecnologia não possa substituir a exposição real ao meio ambiente, ela é capaz de proporcionar experiências semelhantes, quase realistas, quando implementadas adequadamente”, afirmam.
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