Correio Braziliense
postado em 21/01/2020 04:08
Horas antes de falar rapidamente ao Correio, Alex Jones — fundador do grupo de extrema-direita Patriot Prayer (“Oração Patriota”) — desfilou em um carro blindado em meio a milhares de ativistas pró-armas que saíram em passeata pela cidade americana de Richmond, na Virgínia. Com fuzis e espingardas nas mãos, usando casacos e gorros de caça, eles se reuniram nas imediações do Capitólio estadual para o chamado “Dia do Lobby”. Na área restrita ao evento, em frente à sede do Legislativo, a presença de armas foi banida. A reportagem enviou três perguntas a Jones, por meio do Messenger, e ele respondeu a uma delas de forma concisa: “Alguns críticos apontam que muitos massacres em escolas dos Estados Unidos têm como causa a legalização das armas; como vê isso?”.
“Há somente 300 mortes por ano causadas por rifles na América. Mas, temos visto milhões de mortes provocadas por governos tirânicos que se devem à falta de direitos sobre as armas. Faça a matemática”, disse Jones. No protesto de ontem, organizado pela The Virginia Citizens Defense League (VCDL ou “Liga de Defesa dos Cidadãos da Virgínia”), que se opõe às leis de controle de armas propostas por democratas que governam este estado, os manifestantes ostentavam bandeiras dos Estados Unidos e do estado da Virgínia e um enorme cartaz com a imagem de um fuzil de assalto e a legenda: “Vem pegar”.
A VCDL criticou o que considera uma violação da Segunda Emenda da Constituição americana, que estabelece que “o direito das pessoas de ter e portar armas não deve ser infringido”. Esta emenda despertou controvérsias ao longo dos anos e é alvo de interpretações variadas. A Suprema Corte decidiu que as pessoas têm direito a ter armas de fogo em casa, mas cada estado deve determinar como elas podem ser transportadas.
Brooks, morador de Richmond de 24 anos, não quis dar o nome completo. Ele foi à marcha acompanhado de amigos, um deles com um fuzil de assalto AR-15, “para apoiar a Segunda Emenda”. “Nos armarmos é nosso direito constitucional outorgado por Deus. Ter uma arma é para a tranquilidade mental. É uma questão de proteção”, afirmou à agência France-Presse.
O presidente Donald Trump, um importante aliado do lobby pró-armas, expressou seu apoio aos manifestantes, por meio do no Twitter. “O Partido Democrata da Virgínia está trabalhando arduamente para tirar seu direito à Segunda Emenda”, disse. “Isso é só o começo. Não deixe isso acontecer, vote nos republicanos em 2020!” Richmond era a capital da Confederação pró-escravidão, e a Virgínia tradicionalmente se inclinava para os conservadores.
TUITADA
“Nunca vou permitir que a nossa grande Segunda Emenda fique desprotegida, nem um pouco!”
Donald Trump, presidente dos Estados Unidos
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