Correio Braziliense
postado em 21/01/2020 04:09
Guardas nacionais mexicanos lançaram bombas de gás lacrimogêneo contra centenas de migrantes da América Central, que tentavam atravessar o Rio Suchiate, fronteira natural com a Guatemala. A caravana é formada por guatemaltecos, salvadorenhos e nicaraguenses, determinados a alcançar os Estados Unidos.
As cerca de 3,5 mil pessoas, de acordo com as estimativas das autoridades mexicanas, chegaram na madrugada de ontem à fronteira e pediram aos agentes migratórios autorização para o ingresso no território. Por volta de meio-dia, diante da falta de respostas, a multidão se lançou ao rio na cidade guatemalteca de Tecún Umán.
Os centro-americanos avançaram com facilidade sobre o Suchiate, pouco caudaloso nesta época do ano. “Deixem-nos passar! Ponham a mão no coração”, gritou Jorge, hondurenho que viaja com a mulher e dois filhos pequenos.
No fim de semana, o governo mexicano informou que aceitaria a entrada de mais de mil migrantes que estavam no primeiro grupo da caravana. As autoridades assinalaram que estudariam cada caso, alertando que a maioria poderia ser barrada.
O presidente Andrés Manuel López Obrador, no domingo, ofereceu 4 mil empregos para quem aceitasse ficar no sul do México. Os migrantes, porém, afirmam que não passou de um blefe. “Eles nos enganam, estão deportando aqueles que concordaram em se registrar”, afirmou Tania, hondurenha de San Pedro Sula que tentava atravessar o rio.
Os migrantes da chamada caravana 2020, da qual fazem parte famílias completas, com crianças pequenas, estão concentrados na alfândega de Tecún Umán. O grupo ocupou a ponte Rodolfo Robles, mas parou a vários metros do território mexicano, fortemente protegido.
Depois das enormes caravanas que chegaram ao México no fim de 2018 e no início do ano passado, o presidente dos EUA, Donald Trump, fez fortes reivindicações ao governo mexicano e ameaçou impor tarifas sobre os produtos deste país se não fosse tomada nenhuma medida para impedir a onda migratória. López Obrador ordenou o envio de cerca de 26 mil guardas nacionais nas fronteiras norte e sul, para conter a onda migratória.
3,5 mil
Número estimado de centro-americanos que integram a caravana
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