Correio Braziliense
postado em 21/01/2020 04:09
Sobreviventes de ataques cardíacos que acumulam excesso de gordura na cintura correm maior risco de sofrer outro episódio, de acordo com uma pesquisa publicada ontem no European Journal of Preventive Cardiology, um jornal da Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC). Estudos anteriores mostraram que a obesidade abdominal é um importante fator de risco para um primeiro evento do tipo. Mas, até agora, a associação entre a condição e a chance de um infarto ou derrame subsequente era desconhecida.
“Os pacientes, geralmente, são submetidos a um regime rigoroso de tratamento após o primeiro ataque para evitar segundos eventos (chamados de prevenção secundária)”, disse o autor do estudo, Hanieh Mohammadi, do Instituto Karolinska, na, Suécia. “A prevenção secundária funciona por meio da redução de fatores de risco associados, como açúcar elevado no sangue, lipídios e pressão arterial. Anteriormente, não se sabia se a obesidade abdominal era um fator de risco para eventos recorrentes entre pacientes em tratamento de prevenção secundária.”
O estudo, o maior já realizado sobre esse assunto, acompanhou mais de 22 mil pacientes após o primeiro ataque cardíaco e investigou a relação entre a obesidade abdominal (circunferência da cintura de 94cm ou mais para homens e 80cm ou mais para mulheres) e o risco de recorrências cardiovasculares. Os pesquisadores analisaram especificamente eventos causados por artérias entupidas, como infarto e derrame fatal e não fatal. Os pacientes foram recrutados no registro nacional Swedeheart e seguidos por uma média de 3,8 anos.
A maioria dos pacientes — 78% dos homens e 90% das mulheres — apresentava obesidade abdominal. O aumento da circunferência da cintura foi associado de forma independente a ataques cardíacos e derrames fatais e não fatais, independentemente de outros fatores de risco (como tabagismo, diabetes, hipertensão, pressão arterial, lipídios no sangue e índice de massa corporal) e tratamentos de prevenção secundária.
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