Correio Braziliense
postado em 22/01/2020 04:16
Dados oficiais, divulgados ontem pelas autoridades mexicanas, mostram que os registros de homicídios dolosos no país, em 2019, alcançaram novo recorde, chegando 34.582. Foram 839 casos a mais do que no ano anterior, até então considerado o período mais sangrento, com 33.743 ocorrências.
É a taxa mais alta verificada desde 1997, quando o acompanhamento começou a ser feito. Em média, houve 95 assassinatos no país, atormentado por uma onda incessante de violência que foi exacerbada em 2006, quando a guerra às drogas se tornou militarizada.
Desde então, segundo os cálculos oficiais, aproximadamente 275 mil pessoas foram mortas em território mexicano. O relatório do Secretariado Executivo do Sistema Nacional de Segurança Pública, porém, não detalha quantos desses casos estariam relacionados ao crime organizado.
De acordo com o documento, junho aparece como o mês mais violento, com 2.993 pessoas assassinadas. O caso mais rumoroso, no entanto, aconteceu em novembro, quando duas famílias de uma comunidade mórmon mexicana-americana no norte do país foram mortas.
As três mulheres e seis crianças — sendo dois bebês — viajavam por uma estrada rural em direção a Bavispe (Sonora) e a Janus (Chihuahua), regiões fronteiriças com os Estados Unidos. Suspeita-se de que pelo menos 40 pessoas tenham participado da chacina — sete estão presos. Segundo as autoridades, pistoleiros pagos por traficantes seriam os responsáveis pelo crime.
Estados
Numa análise regional, Guanajuato, no centro do país, desponta com 3.540 assassinatos intencionais, mais de 10% do total nacional. O estado é um dos polos industriais mais importantes do México, concentrando grandes fabricantes mundiais de carros, aviões e manufaturas pesadas.
Em segundo lugar, com 2.859 homicídios, aparece Baja California, onde fica Tijuana, na fronteira com San Diego, na Califórnia, Estados Unidos. No Estado do México, adjacente à capital do país, 2.856 foram fraudulentamente concluídas, segundo o relatório de segurança pública.
Reduto do poderoso cartel Jalisco Nueva Generación, Jalisco e Chihuahua, na fronteira com o Texas americano, também estão entre as regiões com maior número de homicídios.
O número de desaparecidos também se multiplicou depois que a guerra às drogas foi militarizada. Desde a década de 1960, aproximadamente 61 mil pessoas sumiram — um aumento significativo vem sendo verificado nos últimos 13 anos.
O presidente Andrés Manual López Obrador, que entrou no segundo dos seis anos de seu primeiro mandato, argumenta que a violência será menor se houver combate da pobreza, da exclusão e da falta de oportunidades.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.