Correio Braziliense
postado em 25/01/2020 09:43
Mais de 40 milhões de chineses foram isolados em suas cidades com a imposição de restrições, na sexta-feira (24/1), para se evitar a propagação de um novo coronavírus, que já matou 41 pessoas no gigante asiático.
Em seu último boletim, a China informa 41 óbitos e 444 novos casos, o que eleva a 1.287 o número de pessoas infectadas.
Um contingente de 450 membros do corpo médico do Exército Popular de Libertação (EPL) chegou de avião a Wuhan para participar da luta contra o novo vírus, informou neste sábado a agência de notícias Xinhua.
Vários integrantes do grupo já têm experiência no combate a vírus epidêmicos, como o Ébola e o SRAS (Síndrome Respiratória Aguda Grave).
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Autoridades das cidades de Jingzhou, Xianning, Xiaogan, Enshi e Zhijiang - todas situadas na província central de Hubei, epicentro do vírus - anunciaram que os serviços de transportes públicos, tanto de ônibus quanto estações de trem e metrô, estão suspensos.
Estas cidades são as últimas em Hubei a impor restrições às viagens nestas 24 horas, na tentativa de prevenir a propagação do novo coronavírus da família da SRAS (Síndrome Respiratória Aguda Severa).
As autoridades de Hubei também anunciaram a suspensão de eventos culturais e públicos.
Os serviços de táxi também ficam restringidos, e as agências de viagens da província suspenderam suas atividades e deixaram de organizar excursões, anunciaram autoridades locais nesta sexta.
Cidades como Zhijiang, de 550.000 habitantes, fecharam todas as lojas, à exceção das farmácias, enquanto Enshi, de 800.000 habitantes, fechou todos os centros de lazer.
Na quinta-feira, todos os voos, trens, ônibus e embarcações de passageiros procedentes de Wuhan foram suspensos, deixando esta metrópole praticamente isolada.
A propagação do vírus surpreendeu a China, em meio às festividades do Ano Novo chinês, uma época marcada por inúmeras celebrações públicas e em que milhões de pessoas voltam para suas cidades de origem para passar as festas com a família.
O governo chinês anunciou hoje a construção de um hospital de 25.000 m2 destinado a receber cerca de mil pacientes vítimas do coronavírus. De acordo com a agência de notícias Xinhua, o serviço estará disponível a partir de 3 de fevereiro.
Imagens transmitidas pela televisão mostravam o maquinário iniciando os trabalhos no terreno onde o centro médico será erguido em Wuhan. Serão aceitos apenas doentes desta pneumonia viral de origem ainda desconhecida.
O estabelecimento "vai aliviar a escassez de recursos médicos", anunciou esta agência pública de notícias.
Durante a epidemia de SARS em 2003, a China construiu um hospital em tempo recorde: uma semana.
Também nesta sexta, primeiro dia de férias do Ano Novo chinês, o parque de diversões da Disneylândia em Xangai anunciou que vai permanecer fechado até nova ordem, devido à propagação do coronavírus.
Esta decisão foi tomada "com fins preventivos e de controle da epidemia e para preservar a saúde" de seus clientes e funcionários, explicou o Shanghai Disney em sua página institucional on-line.
Além disso, setores da famosa Grande Muralha da China foram fechados, bem como monumentos emblemáticos como os túmulos dos Ming e a floresta de pagodes.
O estádio nacional de Pequim, chamado de "ninho", construído para os Jogos Olímpicos de 2008, vai permanecer fechado até 30 de janeiro.
Na quinta-feira, a trupe canadense Cirque du Soleil já havia informado o cancelamento de suas apresentações em Hangzhou, pelo mesmo motivo.
"Neste momento, todos nós temos a responsabilidade de dar um passo à frente e adotar atividades preventivas. Vamos continuar à frente destes esforços, colocando a saúde e a segurança das pessoas como nossa prioridade máxima", afirmou o diretor do Cirque du Soleil, Daniel Lamarre, em um comunicado.
Esta nova cepa do coronavírus foi identificada pela primeira vez em um mercado de mariscos e animais vivos na cidade de Wuhan, capital da província de Hubei.
Sua semelhança com a SRAS, que deixou cerca de 650 mortos na China e em Hong Kong entre 2002 e 2003, está causando alarme.
Na sexta o Nepal anunciou um caso confirmado, o primeiro no sul da Ásia, enquanto os Estados Unidos confirmaram dois casos e 50 suspeitos. Os três primeiros casos na Europa foram registrados na França.
Neste sábado, a Austrália anunciou seu primeiro caso, em um homem procedente de Wuhan.
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