Correio Braziliense
postado em 28/01/2020 04:20
Preocupados com a disseminação do novo coronavírus, países adotam medidas de segurança. Ontem, a Mongólia se tornou o primeiro país a fechar as fronteiras terrestres com o território chinês. Ao mesmo tempo, pessoas da província chinesa de Hubei, a mais afetada, foram proibidas de viajar à Malásia, enquanto a Alemanha e a Turquia desaconselharam viagens para a China.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou, por sua vez,que ofereceu à China apoio irrestrito para conter a epidemia. “Estamos em uma comunicação muito estreita com a China sobre o vírus”, tuitou o chefe da Casa Branca. “Poucos casos foram relatados nos Estados Unidos, mas estamos muito atentos. Oferecemos à China e ao presidente Xi (Jinping) toda a ajuda necessária. Nossos especialistas são extraordinários!”, afirmou.
As autoridades de saúde norte-americanas informaram que sequenciaram o genoma de dois dos primeiros casos de coronavírus registrados no país e confirmaram que o vírus era o mesmo que o detectado na China. “Todas as imagens que extraímos são semelhantes às que a China publicou originalmente há algumas semanas”, disse Nancy Messonnier, diretora do departamento de doenças respiratórias dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). “Isso significa que, de acordo com a análise dos dados disponíveis no CDC, parece que o vírus não sofreu mutação”, acrescentou.
Um alto funcionário dos CDC também anunciou que os EUA mudarão em breve as regras de inspeção e detecção do vírus, que, por enquanto, estão limitadas a viajantes que estiveram em Wuhan. Todos os passageiros provenientes do epicentro da epidemia são submetidos aos controles de chegada em cinco aeroportos americanos. Os voos da cidade chinesa, porém, foram suspensos. Quando chegam aos EUA, os passageiros de Wuhan fizeram escala em outra cidade, o que resulta em um controle cada vez menor.
Os dirigentes chineses da província onde o novo coronavírus apareceu receberam duras críticas nas redes sociais, acusados de incompetência e ridicularizados, em meio ao desconforto em relação à administração da epidemia. Numa entrevista concedida à televisão estatal chinesa, Zhou Xianwang, prefeito de Wuhan, falou da possibilidade de renunciar ao cargo, após admitir ter escondido informações sobre o problema. “Nossos nomes viverão na infâmia, mas enquanto for propício ao controle da doença e à vida e segurança das pessoas, o camarada Ma Guoqiang e eu assumiremos qualquer responsabilidade”, disse.
Ao lado do Wang Xiaodong, governador da província de Hubei (centro), cuja capital é Wuhan, Zhou participou de uma entrevista coletiva usando a máscara protetora ao contrário. Wang, por sua vez, sequer a usava, violando as regras que determinam sua obrigatoriedade em espaços públicos.
“São políticos incompetentes e irresponsáveis”, disse um usuário do Weibo, o equivalente chinês do Twitter. Os comentários são um reflexo incomum da raiva expressa publicamente na China, onde críticas contra as autoridades são normalmente censuradas.
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