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Bombardeios russos matam 10 civis na Síria e regime avança em Idlib

Governo russo nega o ataque que desativou uma clinica médica e fez três edifícios desabarem. Pelo menos 5 mulheres estavam entre os mortos na cidade de Ariha, na província de Idlib

Correio Braziliense
postado em 30/01/2020 11:55
Ataques aéreos por aliados do governo na Rússia atingiram perto de uma padaria e Uma clínica médica na região de Idlib, controlada pelos rebeldes na Síria, no início da quinta-feira, matando 10 civis, disse o Observatório Sírio para os Direitos Humanos.Dez civis foram mortos em ataques aéreos russos em uma área onde há uma clínica médica na região de Idlib, onde as forças do regime avançam para tomar a última grande fortaleza insurgente na Síria - relatou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Aliada do regime de Bashar al-Assad, Moscou negou ter realizado esses ataques noturnos, que atingiram a localidade de Ariha, na província de Idlib (noroeste). O Ministério da Defesa afirmou que "a aviação não realizou nenhuma missão de combate nesta região da Síria".

As paredes da clínica de Al-Shami foram danificadas, e o estabelecimento está fora de serviço, segundo correspondentes da AFP no local.

Toufic Saado, um paramédico da clínica, estava dentro do prédio quando três bombardeios atingiram a área. "Pessoas feridas estão em frente ao estabelecimento médico", disse ele à AFP.

Na mesma região, três edifícios desabaram. Os gritos de mulheres e crianças eram ouvidos, enquanto as equipes de resgate buscavam corpos enterrados sob os escombros, segundo um correspondente da AFP.

Segundo o OSDH, ao menos cinco mulheres estão entre as vítimas. Este novo balanço eleva para 21 o número de civis mortos nos bombardeios russos na região de Idlib nas últimas 24 horas, de acordo com a organização.

Na quarta-feira, as forças do regime reconquistaram a cidade estratégica de Maaret al-Noomane, a segunda maior da província de Idlib, e continuam avançando na região, dominada pelos jihadistas da Hayat Tahrir al-Sham (HTS, ex-facção síria da Al-Qaeda).

Composta por grande parte da província de Idlib e setores adjacentes das províncias de Aleppo, Hama e Latakia, a região também abriga outros grupos jihadistas e várias facções da oposição armada.

As forças do regime avançam ao norte de Maaret al-Noomae, em direção à localidade de Saraqeb, que está praticamente deserta após bombardeios pesados.

Ariha fica entre Maaret al-Noomane e Saraqeb, que se encontra na rodovia M5, uma rota estratégica que conecta Damasco a Aleppo, a segunda cidade da Síria e antigo centro econômico do país.

Os combates com grupos jihadistas e rebeldes ocorrem a menos de cinco quilômetros de Saraqeb, segundo o OSDH. 

A importância estratégica de Saraqeb também reside no fato de que também está no cruzamento entre a M5 e outra rodovia principal (M4), que liga Aleppo à cidade costeira de Latakia.

Após meses de bombardeios e combates, as forças do regime controlam mais de 40% da província de Idlib. No total, Assad controla mais de 70% do território nacional.

Desde dezembro, mais de 388.000 pessoas deixaram suas casas na região de Idlib, segundo a ONU, incluindo 20.000 nos últimos dois dias.

A província de Idlib já havia sido palco de uma grande ofensiva entre abril e agosto de 2019, que matou quase mil civis, segundo o OSDH, e deslocou mais de 400.000 pessoas.

Os combates "devem cessar", insistiu ontem o subsecretário-geral de Assuntos Humanitários da ONU, Mark Lowcock, alertando para o agravamento de um "desastre humanitário".

Deflagrado em março de 2011 pela repressão de protestos pró-democracia, o conflito na Síria deixou mais de 380.000 mortos e milhões de deslocados e refugiados.

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