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Trump está a um passo da absolvição

Senado nega manobra democrata, veta convocação de testemunhas e acelera julgamento do presidente. Processo deve se encerrar na próxima quarta-feira, após o caucus de Iowa

Correio Braziliense
postado em 01/02/2020 04:13
Mitch McConnell, líder dos republicanos: declarações finais na segunda

Por 51 votos contra 49, o Senado norte-americano bloqueou a estratégia do Partido Democrata de convocar novas testemunhas no julgamento político do presidente Donald Trump. Havia a expectativa de que o ex-conselheiro de Segurança Nacional John Bolton fosse inquirido pelos congressistas e fizesse revelações capazes de mudar os rumos do processo. Dois republicanos se afastaram do voto da bancada. Ao derrubarem a moção apresentada pelos opositores, os governistas praticamente sacramentaram a absolvição do magnata.

De acordo com  TV CNN, a votação final do julgamento deve ocorrer na quarta-feira — resolução apresentada pelo senador Mitch McConnell, líder da maioria republicana no Senado, prevê as declarações finais para segunda-feira e a apreciação dos dois artigos sobre impeachment dois dias depois. Na terça-feira, os democratas darão o pontapé inicial das primárias, com o caucus de Iowa (assembleia de eleitores).

A maioria dos republicanos defendia que o processo se encerrasse na noite de ontem, mas o senador Lindsey Graham descartou essa possibilidade. “O sistema é o sistema. Os nossos amigos do outro lado (democratas) têm que decidir quantos movimentos pretendem fazer. Mas o bolo está assado. Nós só precisamos seguir em frente o mais rápido possível”, disse.

Bolton
Trump instruiu John Bolton, ex-conselheiro de Segurança Nacional, a ajudá-lo com sua campanha de pressão sobre a Ucrânia, a fim “cavar sujeira” dos democratas, em maio de 2019. A informação consta de um manuscrito de Bolton obtido pelo jornal The New York Times. De acordo com o relato de Bolton, Trump lhe ordenou que telefonasse para Zelensy, a fim de se certificar de que o líder ucraniano se reuniria com Rudy Giuliani, advogado pessoal do republicano. Por meio de um comunicado, Trump desmentiu. “Eu jamais instruí John Bolton a organizar um encontro para Rudy Giuliani. (…) Essa reunião nunca ocorreu”, declarou.




Palavra de especialista

Questão de vaidades


“Sempre parecia quase certo que o Senado absolveria Trump. No entanto, é surpreendente que o Senado ignore o precedente histórico e conduza o processo sem inquirir testemunhas. Tanto os membros da Câmara quanto os do Senado têm pensado não apenas nas ações de Trump, mas nas eleições de 3 de novembro. Eles refletem sobre o futuro dos partidos e de suas carreiras políticas. Os senadores pensam sobre como encaminhar um julgamento que acabe sendo benéfico a eles. Os republicanos parecem ter decidido que ficarão em melhor forma, enquanto partido, se encurtarem o julgamento.”

Keith E. Whittington, professor de ciência política da Universidade de Princeton



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