Os Estados Unidos estão trabalhando com uma companhia farmacêutica no desenvolvimento de um tratamento para o novo coronavírus, utilizando um tipo de droga que aumentou as taxas de sobrevivência entre os pacientes com ebola, disseram autoridades nesta terça-feira (4).
A cooperação entre o Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS) e a Regeneron Pharmaceuticals desenvolverá anticorpos monoclonais para combater a infecção, uma linha de tratamento diferente dos antirretrovirais e medicamentos contra a gripe que também surgiram como possíveis defesas contra a doença.
Mais de 400 pessoas morreram como resultado do vírus desde que apareceu pela primeira vez em um mercado chinês no fim do ano passado.
"As doenças infecciosas emergentes podem apresentar ameaças sérias à segurança da saúde de nossa nação", disse Rick Bright, funcionário do HHS.
"Trabalhando como sócios público-privados como fizemos com a Regeneron desde 2014, podemos agir rapidamente para responder às novas ameaças à saúde global".
Os anticorpos monoclonais, cópias produzidas em laboratório de um só tipo de anticorpo, representam uma forma de imunoterapia.
Elas acompanham certas proteínas em um vírus, neutralizando a capacidade do patógeno para infectar células humanas.
No ano passado, o REGN-EB3 da Regeneron, um coquetel de três anticorpos monoclonais, demonstrou aumentar significativamente as taxas de sobrevivência entre os pacientes com ebola na República Democrática do Congo.
A companhia também desenvolveu um tratamento para o coronavírus da Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers) em linhas similares.
"Os resultados salvadores de vidas vistos com nossa terapia de investigação do ebola no ano passado destacam o potencial impacto da plataforma de resposta rápida da Regeneron para abordar surtos emergentes", disse o presidente e diretor científico da empresa, George Yancopoulos.
Em última instância, o tratamento para o novo coronavírus poderia envolver uma mistura de diferentes classes de drogas.
Os médicos chineses administraram medicamentos contra o HIV a pacientes com coronavírus em Pequim, baseando-se no estudo de 2004 publicado depois do surto de Síndrome Respiratória Aguda Severa (Sars) que mostrou que esse tipo de tratamento produziu respostas "favoráveis".
Quando combinados, o lopinavir e o ritonavir diminuem a quantidade de células de HIV no sangue de um paciente, eliminando a capacidade do vírus para se reproduzir e atacar o sistema imunológico.
Os médicos também combinaram o tratamento com outro medicamento contra a gripe chamado oseltamivir, na esperança de que o coquetel possa enfraquecer o novo coronavírus.
A Gilead Sciences, empresa biofarmacêutica com sede na Califórnia, disse que está trabalhando com as autoridades chinesas em testes clínicos para determinar se o remdesivir, medicamento antiviral utilizado para tratar o Sars, é efetivo contra o vírus.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.