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Kirk Douglas, ator, 103 anos

Um dos grandes astros da chamada Era Dourada de Hollywood, com mais de 80 títulos no currículo, foi indicado três vezes ao Oscar, entre elas, pela atuação em Sede de Viver, de 1956, papel que lhe rendeu o Globo de Ouro. Também dirigiu dois filmes

Correio Braziliense
postado em 06/02/2020 04:13
Com o filho Michael Douglas, em Los Angeles: longe das telas desde 2014, quando trabalhou em Illusion




Morreu na noite de ontem, aos 103 anos, o ator Kirk Douglas, uma das últimas lendas da chamada Era de Ouro de Hollywood. Com uma carreira de mais de seis décadas, o ator e diretor de cinema tem uma filmografia com mais de 80 títulos. Reconhecido pela Academia de Cinema em 1996, com o Oscar Especial pelo conjunto de sua obra, Kirk Douglas teve três indicações à estatueta de melhor ator, pelos longas O Invencível (1950), Assim estava escrito (1953) e Sede de viver (1957), pelo qual ganhou um Globo de Ouro. A premiação dada aos melhores atores do cinema, também o reconheceu por sua obra com o prêmio especial Cecil B. DeMille. Douglas foi três vezes indicado ao Emmy, o prêmio mais importante da tevê norte-americana.

O ator enfrentava problemas de saúde desde 1996, quando sofreu um derrame. O episódio deixou sua fala debilitada, o que o forçou a se aposentar. Ele também sobreviveu a um acidente aéreo, em 1991, quando o helicóptero em que estava bateu em um avião na Califórnia. Duas pessoas morreram.

Nascido como Issur Danielovitch Demsky, em Nova York,  em 9 de dezembro de 1916, Kirk Douglas tem suas origens em uma família de imigrantes judaica russa. Foi criado pela mãe e teve que trabalhar desde cedo para ajudar no sustento de casa. Mesmo assim, estudou letras na Universidade de Saint Lawrence e teatro na Academia Americana de Artes Dramáticas, em Nova York.

Obra-prima
Entre seus papéis mais emblemáticos estão o escravo vivido em Spartacus, de 1960, e a interpretação do pintor Vincent van Gogh, em Sede de Viver. A saga do escravo romano que se torna gladiador, segundo o próprio Kirk Douglas, foi uma de suas maiores obras-primas. “Fiz mais de 85 filmes, mas Spartacus é dos que me dão mais orgulho”, declarou em sua autobiografia.

Pai de quatro filhos, entre eles o ator Michael Douglas, Kirk deixa ainda a mulher, Anne, de 100 anos. Em 2004, viveu um drama familiar, quando o filho Eric morreu de overdose, aos 46 anos. Ele teve uma curta carreira no cinema, sem o mesmo reconhecimento que o pai e o irmão.

Além de ator e cineasta, Kirk Douglas desenvolvia um trabalho de filantropia doando centenas de milhões de dólares a causas beneficentes. Ele também escreveu uma autobiografia chamada O Filho do Trapeiro e o romance Dança com o Diabo.

A morte de Kirk foi anunciada pelo filho Michael em uma rede social. “Para o mundo, ele era uma lenda, um ator dos filmes da Era de Ouro, que viveu em seus próprios anos dourados, um humanitário cujo compromisso com a justiça e as causas que ele acreditava estabeleceram um padrão para todos nós aspirarmos. Mas, para mim e meus irmãos, Joel e Peter, ele era simplesmente pai, para Catherine, um maravilhoso sogro, para seus netos e bisneto, um avô amoroso, e para sua esposa Anne, um marido incrível”, escreveu.

Michael Douglas destacou que o pai teve uma vida plena e que deixa um legado nos filmes que vão ser lembrados pelas próximas gerações, e também na filantropia. O ator encerrou sua homenagem ao pai de forma emotiva: “Eu quero concluir (esse texto) com as palavras que eu lhe disse no seu último aniversário e que sempre permanecerão uma verdade: pai, eu te amo muito e estou tão orgulhoso de ser seu filho.”

Em Brasília
Em 1963, o ator veio ao Brasil especialmente para conhecer a capital, Brasília, que completava três anos. Em entrevista ao jornal Estado de São Paulo, o astro se disse impressionado com arquitetura da cidade. “Uma das mais expressivas de todo o mundo”, afirmou. Na ocasião, ele ainda falou sobre a vontade de fazer um filme relacionado ao ex-presidente Juscelino Kubitschek.


“Para o mundo, ele era uma lenda, um ator da Era de Ouro do cinema, que viveu bem seus anos de ouro... Mas, para mim e meus irmãos, Joel e Peter, era simplesmente papai”

Michael Douglas, ator


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