Mundo

Reviravolta no cenário irlandês

Correio Braziliense
postado em 11/02/2020 04:17
Integrantes do Sinn Fein celebram avanço: reunificação em pauta

Por muito tempo desprestigiado por ser o ex-braço político do IRA, o partido nacionalista de esquerda irlandês Sinn Fein registrou um avanço histórico nas eleições legislativas na Irlanda, onde abalou as duas formações de centro que compartilham o poder há várias décadas. Terminada a primeira etapa de apuração, a legenda sai na frente, com 24,5% dos votos, deixando para trás os tradicionais Fianna Fail (22,2%), de centro-direita, e Fine Gael (20,9%), do primeiro-ministro Leo Varadkar.

“É oficial, @sinnfeinireland venceu as eleições de sábado”, tuitou Mary Lou McDonald, líder do partido nacionalista, que intenciona a reunificação da República da Irlanda com a província britânica da Irlanda do Norte.

O sistema eleitoral na República da Irlanda é complexo. A composição do Dail, a câmara baixa do Parlamento, formada por 160 deputados, será conhecida apenas ao fim da contagem de todos os votos. O processo de apuração é longo, e a totalização pode demorar dias.

A despeito do desempenho do Sinn Fein, o Fianna Fail aparece como o partido em melhores condições para conquistar o maior número de cadeiras. Isso porque os nacionalistas de esquerda apresentaram 42 candidatos, metade do número das grandes legendas.

Desde já, o Fine Gael de Varadkar é apontado como o grande perdedor. Estima-se que o partido do premiê terá uma redução considerável do número de parlamentares. Aos 41 anos, homossexual, filho de um indiano, Leo Varadkar encarna uma nova Irlanda, cada vez mais distante do estereótipo católico conservador. Entretanto, depois de três anos de governo, ele viu sua popularidade cair à medida que piorava o acesso à moradia e aos serviços de saúde pública.

As eleições irlandesas ocorreram uma semana depois da saída do Reino Unido da União Europeia, cujas consequências afetam, especialmente, a vizinha Irlanda e seus 4,9 milhões de habitantes. Na campanha,  Varadkar explorou a sua contribuição para um acordo entre Londres e Bruxelas. No entanto, os eleitores se mostraram mais preocupados com assuntos domésticos.

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