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Trump provoca demissão de quatro promotores



A intervenção de autoridades do Departamento de Justiça em um caso envolvendo Roger J. Stone Jr., amigo de longa data do presidente Donald Trump, provocou a demissão abrupta de quatro promotores. O Departamento de Justiça recomendou uma sentença mais branda a Stone por crimes supostamente cometidos na tentativa de proteger o republicano. Segundo o jornal The New York Times, em uma decisão extraordinária que “atropelou” advogados de carreira, o governo recomendou um prazo não especificado de prisão para Stone, enquanto os promotores tinham solicitado a reclusão de sete a nove anos. O aliado de Trump é acusado de tentar sabotar uma investigação do Congresso que representava uma ameaça ao presidente.

Coincidência ou não, Trump tuitou sobre o caso, na manhã de ontem. “Dois meses em uma cadeia por uma criatura do pântano, ainda nove anos recomendados para Roger Stone (que nem estava trabalhando para a campanha de Trump). Nossa, isso parece muito justo! Promotores desonestos, talvez?”, escreveu o republicano na rede social, pouco antes das demissões — uma polêmica a mais no caso. Os promotores se mostraram furiosos com a reversão do pedido de sentença, apresentado em um tribunal federal na última segunda-feira. Trump também voltou a artilharia para a juíza Amy Berman Jackson, que preside o julgamento de Stone. “É essa a juíza que colocou Paul Manafort na prisão solitária, algo que nem o mafioso Al Capone teve que suportar?” Como ela tratou a desonesta Hilary Clinton? Apenas perguntando!”, escreveu Trump, referindo-se a Manafort, ex-consultor de campanha do Partido Republicano, e à ex-secretária de Estado.

Purga

Depois da absolvição no julgamento político encampado pelo Senado, Trump prosseguiu com a purga no governo. Depois de transferir ao Pentágono o tenente-coronel Alexander Vindman, funcionário do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, o republicano sugeriu que o Departamento de Defesa também aplique uma punição contra o ex-assessor.

“Isso diz respeito aos militares”, respondeu a jornalistas, ao ser questionado sobre se Vindman deveria enfrentar uma ação disciplinar por testemunhar nas audiências da Câmara dos Representantes que levaram ao processo de impeachment. “Mas, se você olhar para o que aconteceu... Quero dizer que certamente eles darão uma olhada nisso”, disse Trump.