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Ex-pacientes convidados a doarem o plasma

Correio Braziliense
postado em 18/02/2020 04:07
O sangue de quem se curou tem anticorpos que podem reduzir a carga viral em infectados em situação grave
Correndo contra o relógio para desenvolver medidas mais efetivas de combate ao COVID-19, o novo coronavírus que já infectou mais de 70.500 pessoas, cientistas e autoridades da saúde decidiram recorrer a quem se recuperou da ação do micro-organismo. Os especialistas pedem a ex-pacientes que doem o plasma e, dessa forma, ajudem infectados em estado grave. Isso porque essa parte do sangue é composta por anticorpos que podem potencializar o tratamento, ajudando a reduzir a carga viral.

“Gostaria de pedir aos que se recuperaram que doem seu plasma. Ao fazerem  isso, darão esperança àqueles que ainda estão gravemente doentes”, disse Guo Yanhong, da Comissão Nacional de Saúde chinesa. Onze pacientes internados em hospitais de Wuhan, o epicentro da epidemia, receberam transfusões de plasma na semana passada. Segundo Sun Yanrong, do Centro Biológico do Ministério da Ciência e Tecnologia, um deles voltou para casa. “Outro conseguiu se levantar e andar, e os outros estão se recuperando”, acrescentou.

O pedido para a doação de plasma foi feito no dia seguinte ao anúncio dos resultados positivos de ensaios clínicos em  Wuhan. Em uma postagem na rede WeChat, o China National Biotec Group garantiu que os pacientes que receberam transfusões de plasma viram sua condição “melhorar dentro de 24 horas”. “Os ensaios clínicos mostraram que as transfusões de plasma são seguras e eficazes”, acrescentou Sun Yanrong.

Chefe de Departamento do Peking University First Hospital, Wang Guiqiang explicou que os doadores serão testados para que haja a garantia de que o vírus não será transmitido. “Apenas o plasma será usado. Os outros componentes do sangue, incluindo glóbulos vermelhos e plaquetas, serão restituídos aos doadores”, disse.

“Medidas gerais”
Em outra frente de combate ao  COVID-19, a Organização Mundial da Saúde (OMS) manifestou oposição a medidas não “proporcionais” à situação do novo coronavírus, como a suspensão de cruzeiros pelo mundo. “As medidas têm que ser (…) tomadas com base em provas e elementos de saúde pública. As medidas gerais podem ser que sejam úteis”, declarou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor da entidade.

Segundo a OMS, “não existe um risco zero” de infecção. Entretanto, fora da província chinesa de Hubei, a proporção de pessoas atingidas é muito pequena. “Se tivermos que interromper todos os cruzeiros do mundo caso haja contato em potencial com um possível patógeno, até onde iremos?”, questionou Michael Ryan, diretor de emergência da agência.


600 casos

Segundo o último balanço, a epidemia de COVID-19 deixou 1.770 mortos e mais de 70.500 contágios na China, desde a sua aparição em dezembro, em Wuhan. Fora da China continental, quase 600 casos de contágio foram confirmados em quase 30 países e há registros de cinco mortes: uma em Hong Kong, uma em Taiwan, uma no Japão, uma nas Filipinas e uma na França.




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