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HSBC vai demitir 35.000 nos próximos três anos após queda no lucro

Banco tenta reduzir custos pois enfrenta incertezas causadas pela guerra comercial EUA-China, a saída da Grã-Bretanha da União Europeia e agora o novo coronavírus na China

Correio Braziliense
postado em 18/02/2020 09:48
Os planos de recuperação incluem cortar 35.000 empregos e operações escassas nos Estados Unidos e na Europa, depois que os lucros caíram um terço no ano passado.O banco britânico HSBC, com forte presença na Ásia, planeja cortar 35.000 postos de trabalho, muito acima do esperado, após a queda expressiva em seu lucro.

Com sede em Londres, mas com presença em boa parte do mundo e particularmente na Ásia, o grupo, que iniciou um ambicioso plano de redução de custos, pretende eliminar 15% de sua força de trabalho.

"Esperamos que o número atual de 235.000 funcionários diminua para algo próximo de 200.000 até 2022", afirmou o CEO interino do banco, Noel Quinn.

Quinn, à frente do HSBC desde a saída surpreendente de John Flint em agosto, não revelou as regiões que serão afetadas, mas destacou que o número de demissões será considerável no Reino Unido.

O grupo anunciou no ano passado a redução de 2% de sua força de trabalho, o que representa 4.700 funcionários.

O HSBC planeja uma reorganização profunda, com o reforço das atividades na Ásia e Oriente Médio, considerados mais rentáveis, em detrimento do banco de investimentos na Europa e Estados Unidos.

"Projetamos reduzir nosso capital e nossos custos nas atividades com resultados decepcionantes para poder prosseguir com os investimentos naquelas com melhores perspectivas de rendimento e de crescimento", anunciou o banco em um comunicado.
 
Queda no lucro
Nesta terça-feira, o HSBC anunciou uma queda de 53% em seu lucro líquido em 2019, a 5,97 bilhões de dólares.

"Alguns setores de nossas atividades não geram resultados aceitáveis", declarou o CEO interino. 

"Elaboramos um plano revisado para melhorar o rendimento de nossos investidores (...) e estabelecer as bases de um crescimento futuro sustentável. Já começamos a aplicá-lo", completou.

A depreciação das aquisições, no valor de US$ 7,3 bilhões, vinculada principalmente às atividades de investimento e às operações de banco comercial na Europa, também contribuiu para os resultados anuais.

Enquanto na Ásia, as atividades registram bons resultados graças à China, o banco está sob forte pressão nos Estados Unidos e na Europa, sobretudo pela guerra comercial China-EUA e pela saída do Reino Unido da União Europeia.

Nos Estados Unidos, o banco planeja reduzir sua rede em 30%, consolidar as atividades e reduzir custos operacionais em 10-15%. 

Na Europa, sem contar o Reino Unido, o banco "reduzirá suas vendas e atividades de mercado e suas atividades de pesquisa".

A Ásia continua sendo a região crucial para o HSBC, responsável por metade de seu volume de negócios.

Mas a epidemia de coronavírus pode abalar as perspectivas do banco por gerar turbulências econômicas em Hong Kong e na China continental, com possíveis efeitos para os resultados de 2020.

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