Correio Braziliense
postado em 19/02/2020 04:07

Apesar da quantidade de casos de infecção pelo coronavírus COVID-19 seguir aumentando na China, assim como a apreensão em outros países, cientistas e especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) têm trabalhado para fazer um retrato mais fidedigno da doença. Divulgado ontem no Chinese Journal of Epidemiology, o maior estudo sobre esse micro-organismo mostra que seus efeitos podem ser menos críticos do que o imaginado.
Segundo a pesquisa do Centro Chinês para o Controle e Prevenção de Doenças, na maioria dos casos, os sintomas causados pela infecção são leves, com baixa chance de o quadro evoluir para uma complicação grave. A análise foi feita com dados coletados na China até o último dia 11 e referentes a 72.314 casos confirmados, suspeitos, diagnosticados clinicamente e assintomáticos da doença. Os pesquisadores constataram que 80,9% das infecções são classificadas como leves, 13,8%, como graves e apenas 4,7%, como críticas.
A taxa de mortalidade do novo vírus é de 2,3%, sendo que, entre essas vítimas, muitas são idosas e/ou têm outras complicações que dificultam o tratamento. Os pacientes com doenças cardiovasculares apresentam maior probabilidade de morrer em decorrência do agravamento da infecção pelo COVID-19, seguidos por indivíduos com diabetes, doença respiratória crônica e hipertensão.
Gênero
Até 39 anos de idade, a taxa de mortalidade permanece baixa, 0,2%, e vai aumentando gradualmente com a idade. A maior taxa é entre quem passou dos 80 anos: 14,8%. Aos 70, é de 8%. Aos 60, 3,6%. A equipe também detectou que homens são mais propensos a morrer (2,8%) do que mulheres (1,7%).
Citando o estudo, a OMS voltou a alertar contra os perigos da adoção de medidas desproporcionais para o enfrentamento do vírus. A entidade pediu calma, justificando que fora da província central de Hubei, epicentro da epidemia, a doença “afeta uma proporção muito pequena da população”, com uma taxa de mortalidade em torno de 2%.
A principal fonte de contaminação fora da China continua sendo o navio de cruzeiro Diamond Princess, que foi colocado em quarentena no início de fevereiro perto de Tóquio, com mais de 3.700 passageiros a bordo. De acordo com o último balanço, ontem, havia 542 pessoas infectadas — 88 casos a mais que no dia anterior.
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