Emocionadas, as vítimas surdas argentinas de abuso sexual cometido por padres lançaram nesta quinta-feira na praça São Pedro um grito de dor e raiva para reivindicar a seu compatriota, o papa Francisco, justiça e reparação pelo horror experimentado.
"Sofremos muito. Preciso de uma lei que force o Vaticano a não encobrir mais. Os surdos sofreram abuso de padres e precisamos que isso mude", disse Daniel Sgardelis, de 45 anos, à imprensa em linguagem gestual pouco antes de chegar à praça São Pedro.
Em novembro, dois padres foram condenados na Argentina a mais de 40 anos de prisão por abuso sexual e estupro de crianças surdas em um internato em Mendoza.
Os surdos vítimas de abuso sexual durante a infância nos institutos católicos da Argentina lutam para que seu drama não se repita em outras partes do mundo.
"Por que viemos a Roma? Para acabar com os abusos em todos os lugares", disse Villalonga, o caçula, que carregava um pôster com o retrato de seu abusador.
As vítimas solicitam uma reunião com o papa durante sua estadia em Roma, de 20 a 22 de fevereiro.
A solicitação, contudo, que não teve resposta pública ou privada, o que causa indignação e decepção.
"Estamos muito decepcionados", reconhece Erica Labeguerie, que narrou com a voz embargada a jornada de sua família e para entender o drama de sua irmã.
"Essa luta é para que outros quebrem o silêncio. As evidências não estão ocultas, para o Vaticano colaborar", diz.
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