Mundo

Italianos em alerta após terceira morte

Correio Braziliense
postado em 24/02/2020 04:14
Pedestres com máscaras respiratórias na Praça do Duomo, cartão-postal de Milão: escolas fechadas

A terceira morte provocada pelo novo coronavírus em apenas três dias levou, ontem, autoridades da Itália a intensificarem medidas de segurança para evitar que a doença se espalhe mais pelo país. Em várias cidades do norte  — entre elas, Milão, que realiza sua semana de moda —  foi determinado o fechamento de escolas, museus, teatros, cinemas e lugares de grande circulação. Em Veneza, os dois últimos dias de carnaval foram cancelados, após a confirmação de dois casos na cidade.

O número de infectados pelo COVID-19 na Itália chegou a 152, incluindo os três mortos, segundo o último balanço apresentado pelo chefe da Proteção Civil,  Angelo Borrelli. As três mortes foram registradas na região da Lombardia. Todas de idosos.

As autoridades da região, uma das mais industrializadas do país, decidiram fechar pontos muito simbólicos. Foi o caso do Duomo, a catedral de Milão, capital da Lombardia. O prefeito da cidade, Giuseppe Sala, preparou uma série de medidas muito estritas, que devem vigorar pelos próximos sete a 15 dias.

No sábado, o governo italiano havia decretado o isolamento total de 11 cidades do norte do país, entre elas, 10 da Lombardia e 1 próxima a Pádua, na região de Vêneto, à qual pertence Veneza. Essa quarentena deixa quase 52 mil pessoas em zonas de confinamento. “Planejamos a suspensão do carnaval e de todos os eventos esportivos até 1º de março”, declarou o governador da região de Vêneto, Luca Zaia, ao canal de notícias SkyTg24.

Países vizinhos da Itália — como França, Suíça e Áustria — acompanham com atenção a situação. O ministro francês da Saúde, Olivier Veran, considera muito prováveis novos casos em seu território.

Emergência


A primeira medida de confinamento no mundo foi anunciada em 23 de janeiro para os 11 milhões de habitantes de Wuhan, cidade na região central da China onde surgiu o novo vírus, em dezembro do ano passado. Ao participar de uma reunião para discutir ações contra o COVID-19, o presidente chinês, Xi Jinping, reconheceu ontem que a epidemia é “a maior emergência de saúde” no país desde a fundação do regime comunista, em 1949.

“É necessário aprender com deficiências expostas (na resposta da China)”, assinalou Xi, num reconhecimento incomum por um líder chinês. Em dois meses, o vírus matou aproximadamente 2,5 mil pessoas e infectou cerca de 77 mil na China continental, que exclui Hong Kong e Macau. Fora dali, deixou 24 mortos em mais de 20 países.

Diante da multiplicação de casos (43 no total) e de mortes (oito) no Irã, os governos da Turquia, da Jordânia, do Paquistão e do Afeganistão fecharam as fronteiras ou restringiram as viagens com destino ou origem no país. As autoridades de Teerã anunciaram que a capital, de 8 milhões de habitantes, será colocada em quarentena em caso de aumento dos casos.

Em Seul, o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, decidiu estabelecer o nível mais elevado de alerta em razão da rápida propagação do vírus. À exceção do foco de infecção no cruzeiro Diamond Princess, no Japão, a Coreia do Sul é o país com o maior número de pacientes, com mais de 602 casos.

Um estudo, publicado na sexta-feira pelo Centro de Doenças Infecciosas do Imperial College de Londres, calcula que “quase dois terços dos casos de COVID-19 fora da China não foram detectados em todo o mundo”.

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