Correio Braziliense
postado em 26/02/2020 04:05
No dia seguinte à decisão do júri de Nova York, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, exaltou a condenação do ex-produtor de Hollywood Harvey Weinstein por agressão sexual e estupro. Para o chefe da Casa Branca, a sentença é “uma grande vitória” para as mulheres, além de passar “uma mensagem muito forte” à sociedade norte-americana.
“Do ponto de vista das mulheres, acredito que simbolizou algo importante”, disse Trump, em visita de Estado à Índia. Em campanha à reeleição, o presidente aproveitou para explorar politicamente o escândalo. Ressaltou não ser um “admirador” de Weinstein, insistindo na proximidade dele com os democratas. “Michelle Obama o adorava, Hillary Clinton também”, citou.
Em Berlim para a exibição de uma série documental dedicada a ela durante o festival de cinema, a ex-secretária de Estado norte-americana também comemorou o resultado do julgamento. “O veredicto do júri realmente fala por si só e é algo que as pessoas acompanharam com atenção, porque já era hora de prestar contas”, disse.
“É fato que ele contribuiu com todas as campanhas democratas, de Barack Obama, John Kerry, Al Gore”, reconheceu a ex-primeira-dama dos EUA, derrotada por Trump nas eleições presidenciais de 2016. Hillary Clinton acrescentou que a condenação do produtor não é um motivo para não participar do financiamento das campanhas políticas, mas, sim, “colocar um fim a esse tipo de comportamento”, referindo-se à violência sexual contra as mulheres.
Após ouvir o veredicto, Weinstein, 67 anos, sentiu dores no peito e foi levado para um hospital de Manhattan. Pela decisão judcicial, ele deverá aguardar a fixação da pena na prisão. O anúncio está previsto para 11 de março. O ex-produtor, absolvido da acusação mais grave (comportamento sexual predatório) deve receber uma pena de cinco a 29 anos de prisão.
O veredicto foi aplaudido pelo movimento #MeToo e por várias das acusadoras de Weinstein. O júri teve que chegar a um consenso a partir do testemunho de três mulheres, entre as mais de 80 que o acusaram de assédio ou agressão sexual.
- Tenor espanhol assume assédio
O tenor espanhol Plácido Domingo, acusado por várias mulheres nos últimos meses de assédio sexual, disse ontem que lamenta o mal causado e que assume “toda a responsabilidade” por seus atos. “Quero que saibam que sinto muito pelo sofrimento que causei a vocês”, assinalou o artista, de 79 anos, em um comunicado enviado por seus representantes e divulgado na Espanha pela agência Europa Press. A declaração representa uma guinada na postura do tenor, que até agora havia negado com veemência as acusações.
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