Correio Braziliense
postado em 01/03/2020 04:14
Enquanto não se tem uma vacina contra a doença, pesquisadores também correm atrás de tratamentos para a pneumonia provocada pelo coronavírus. Na semana passada, os Institutos Nacionais de Saúde dos EUA anunciaram que uma substância experimental chamada remdesivir, desenvolvida em princípio para o vírus da Sars, será usada no primeiro ensaio clínico de um tratamento para o Covid-19. Em culturas celulares infectadas com o coronavírus da síndrome respiratória, o remdesivir se mostrou capaz de bloquear uma enzima crítica para a replicação viral.
A Gilead Sciences, laboratório de biotecnologia que desenvolveu o remdesivir, explicou que os testes para o Covid-19 serão conduzidos em vários locais dos Estados Unidos e de países asiáticos com um total de 1 mil pacientes. Eles receberão a substância intravenosa em regimes de cinco e 10 dias, para determinar a segurança e a eficácia da droga. Segundo a companhia, a partir deste mês, outras nações com grande número de casos confirmados poderão entrar nos testes. Para ser considerada eficaz, a substância deve, primeiro, normalizar a febre e a saturação de oxigênio. O segundo indicativo de sucesso do tratamento será baseado no número de pacientes considerados curados no 14º dia de tratamento.
Uma das instituições norte-americanas que já começaram a testar o remdesivir é o Centro Médico da Universidade de Nebraska. A pesquisa clínica é liderada pelo médico brasileiro André Kalil, e o primeiro paciente a receber a substância é um norte-americano infectado durante o cruzeiro Diamond Princess, que ficou ancorado em Yokohama, no Japão, até os passageiros serem repatriados. “Nossa experiência no tratamento de doenças altamente infecciosas, assim como nossa capacidade de conduzir ensaios clínicos de ponta, garantirão que esse teste seja realizado da maneira mais eficaz possível”, garantiu o médico, em nota. (PO)
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