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Biden e Sanders travam duelo crucial nas prévias democratas desta terça

Depois da vitória expressiva na Carolina do Sul, Joe Biden chega fortalecido para enfrentar Bernie Sanders na votação desta terça-feira (3/3). Ele também espera ser favorecido pela saída de Pette Buttigieg e de Amy Klobuchar da corrida democrata que indicará o rival de Donald Trump

Correio Braziliense
postado em 03/03/2020 06:00
O senador Sanders (E) e o ex-vice presidente Biden conversam durante debate, na semana passada: analistas veem movimento na ala moderadaCom o fôlego renovado após a ampla vitória na Carolina do Sul e pelas desistências do ex-prefeito Pete Buttigieg e da senadora Amy Klobuchar, o ex-vice presidente dos Estados Unidos Joe Biden espera emergir nesta terça-feira (3/3) da Superterça como o nome capaz de barrar Bernie Sanders nas primárias democratas. Nesta terça-feira (3/3), véspera da votação simultânea em 14 estados, as pesquisas eram amplamente favoráveis a Sanders. Mas Biden confia que a nova configuração da corrida democrata possa fortalecer sua campanha.

Tão logo tornou pública sua desistência, Klobuchar aderiu a Biden e anunciou que o acompanharia, nesta terça-feira (3/3) à noite, a um comício em Dallas, um dos 14 estados a votar nesta terça-feira (3/3). Além disso, espera-se que Buttigieg também decida endossar a campanha do vice do ex-presidente Barack Obama.

Analistas veem a movimentação como uma forma da ala mais moderada do partido de deter Sanders, senador por Vermont. Agora, restam na corrida do Partido Democrata à Casa Branca apenas cinco aspirantes, com a via do centro amplamente aberta para Biden.

Bloomberg

Entretanto, há mais um fator novo nas votações desta terça-feira (3/3), representado pela efetiva entrada do bilionário Mike Bloomberg no cenário. O ex-prefeito de Nova York, de 78 anos, um dos dez homens mais ricos do mundo, usa uma tática inédita, pois saltou os quatro primeiros estados — Iowa, New Hampshire, Nevada e Carolina do Sul — a votar nas primárias.

Bloomberg, que até o momento investiu mais de US$ 500 milhões em propaganda política — um recorde — joga alto para sua entrada na disputa na Superterça. Diante de um eventual mau desempenho, Biden se consolidará como o único moderado diante de Sanders, o autoproclamado “socialista democrata”, cujas ideias esquerdistas inquietam parte da classe política democrata.

“As pessoas não querem uma revolução”, disse Joe Biden, no domingo, um dia depois da ampla vitória obtida na Carolina do Sul, denunciando que “a mídia e os analistas tinham nos enterrado”. “A Superterça é uma questão de dinâmica, e a dinâmica está conosco”, reforçou, nesta terça-feira (3/3), Kate Bedingfield, uma das encarregadas de sua equipe de campanha, em declarações à CNN.

De olho também em Bloomberg, Biden reservou uma alfinetada no ex-prefeito novaiorquino, que militou nas fileiras republicanas antes de mudar de lado. “O Partido Democrata quer um democrata (...), não um ex-republicano”, provocou o ex-vice presidente.

Jogo político

Atento à movimentação no partido adversário,  o presidente Donald Trump comentou, ainda na noite de domingo, o reflexo da desistência de Pete Buttigieg nas primárias desta terça-feira (3/3). “Todos os seus votos da Superterça irão para o sonolento Joe Biden. Muito oportuno”, escreveu o presidente no Twitter. “Os democratas começam realmente a tirar Bernie do jogo”, acrescentou.

Desconhecido há um ano, Mayor Pete, ex-prefeito de uma cidade de Indiana, progressivamente subiu os principais escalões da corrida democrata até vencer no começo de fevereiro a primeira votação das primárias, em Iowa. Porém seus decepcionantes resultados em Nevada e na Carolina do Sul lançaram luz sobre sua dificuldade em atrair os eleitores negros e hispânicos. O jovem político de 38 anos, homossexual assumido, preferiu sair de cena.

As projeções da empresa Morning Consult estimam que os votos de Buttigieg devem ser distribuídos em partes iguais entre Sanders, Biden e Bloomberg.

Ontem, as pesquisas eram amplamente favoráveis a Sanders, que liderava na Califórnia, no Texas e na Virgínia, três dos quatro estados com o maior número de delegados. Apenas a Carolina do Norte se inclinava a favor de Biden, que, de qualquer forma, está mais bem posicionado, de modo geral, do que Bloomberg.

Obamacare no Supremo

A Suprema Corte dos Estados Unidos aceitou revisar novamente a emblemática lei de seguro saúde proposta pelo ex-presidente Barack Obama, conhecida como Obamacare, que em 10 anos nunca deixou de ser questionada a nível político e judicial. Depois de aprovar o texto em 2012 e novamente em 2015, o plenário examinará uma apelação apresentada pelos democratas depois de decisões desfavoráveis em estados republicanos. A análise, provavelmente, ocorrerá no fim do ano para emissão de uma decisão em 2021, depois das eleições presidenciais. Promulgada em 2010,  o Obamacare é uma das reformas mais ambiciosas na história do sistema de saúde americano.  Em sua versão original, exigia que os americanos contratassem um plano de saúde sob pena de sanções financeiras e, ao mesmo tempo, obrigava as empresas a aceitar todos os potenciais clientes. Por meio dela, 20 milhões de americanos passaram a contar com um plano de saúde.

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