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Deputados franceses adotam polêmico projeto de reforma da Previdência

O projeto crucial do presidente Macron provocou, desde dezembro, greves prolongadas, sobretudo no setor do transporte público público

Correio Braziliense
postado em 04/03/2020 09:35
Uma votação de não confiança no governo foi preenchida por vários partidos da oposição sobre a decisão de usar um decreto raramente usado, o artigo 49-3 da Constituição francesa.Os deputados franceses adotaram nesta quarta-feira (4/3) em primeira votação o projeto de reforma da Previdência, que provocou um grande movimento de protesto no país e é considerado pelo presidente Emmanuel Macron uma das principais iniciativas de seu mandato.

O projeto foi aprovado depois que a maioria governista rejeitou duas moções de censura apresentadas pela oposição.

No sábado, o governo decidiu utilizar o artigo 49-3 da Constituição que permite a adoção de um texto legislativo sem a votação do Parlamento, depois que o primeiro-ministro Edouard Philippe denunciou a "obstrução" da esquerda radical, que havia apresentado milhares de emendas para prolongar o debate.

Apenas a adoção das moções de censura conseguiria impedir a aprovação da reforma, que pretende criar um "sistema universal" de aposentadoria por pontos.

Mas as duas moções, apresentadas pela oposição de direita e esquerda, fracassaram por ampla margem.

Edouard Philippe insistiu que esta é uma reforma de "justiça social" e afirmou que seriam necessárias oito semanas, incluindo sábados e domingos, para examinar todas as emendas propostas.

"Vocês dividiram o país", respondeu a deputada socialista Valérie Rabault, enquanto Jean-Luc Mélenchon (representante da esquerda radical) prometeu continuar com uma "guerrilha popular e parlamentar pacífica".

O projeto crucial do presidente Macron provocou, desde dezembro, greves prolongadas, sobretudo no setor do transporte público público, mas também entre advogados ou na Ópera de Paris, entre outras categorias.

No momento mais intenso da mobilização, 1,8 milhão de manifestantes saíram às ruas, de acordo com os números do sindicato CGT.

Os deputados devem examinar agora a segunda parte da reforma. Em seguida, o texto será enviado ao Senado, onde o governo tem maioria. A aprovação final do projeto deve acontecer no meio do ano.

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