O príncipe William pediu nesta quarta-feira (4) que o Reino Unido e a Irlanda virem a página de seu passado agitado no segundo dia de uma visita oficial à Irlanda.
"Fazemos bem em continuar lembrando aqueles que sofreram as consequências de nosso passado agitado", disse o príncipe, segundo na linha de sucessão ao trono britânico, numa alusão à luta pela independência da Irlanda.
"Mas, embora muitos erros tenham sido cometidos, é importante que não permaneçamos vinculados a eles", acrescentou, neste pronunciamento feito numa visita de três dias à esposa, Kate.
Toda a Irlanda esteve sob domínio britânico até a sangrenta guerra de independência que terminou em 1921 com a divisão da ilha, cujo norte permanece uma província do Reino Unido.
Essa separação também levou, na segunda metade do século XX, a três décadas conflitos sangrentos, chamados "Troubles", na Irlanda do Norte, entre republicanos, principalmente católicos e apoiadores da reunificação com a Irlanda, e os protestantes, defensores da manutenção do domínio da coroa britânica. Um confronto que deixou 3.500 mortos e resultou em um acordo de paz assinado em 1998.
O discurso do príncipe William relembrou o feito por sua avó, Elizabeth II, durante sua histórica visita à Irlanda em 2011, quando a soberana lançou um pedido de reconciliação durante a viagem, a primeira de um monarca britânico ao país desde que foi formada República da Irlanda.
Anteriormente, as visitas da família real eram impossíveis devido à ameaça representada por grupos como o IRA (Exército Republicano Irlandês), uma formação paramilitar contrária à presença britânica e defensora da unificação da ilha.
"Me lembro dos 'Troubles' enquanto crescia, afetando pessoas no Reino Unido e na Irlanda", disse Willian, cujo bisavô, Louis Mountbatten, morreu em 1979, devido à explosão de uma bomba em seu navio, num atentado realizado pelo IRA.
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