Correio Braziliense
postado em 07/03/2020 12:32
Compradores correndo, água mineral racionada e nenhum rolo de papel higiênico à vista: o pânico pelo novo coronavírus chegou a Los Angeles e, com ele, as compras nervosas.
Dois dias depois de a Califórnia declarar estado de emergência, a AFP visitou lojas de varejo que não conseguiam atender o ritmo da demanda crescente por artigos de primeira necessidade.
"É o pandemônio... Nossos números são o dobro do habitual", disse René, funcionário do supermercado Costco, em Burbank.
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Até agora, uma pessoa morreu na Califórnia, que tinha registrado 69 casos do novo coronavírus até sexta-feira, tornando-se o segundo estado com maior número de casos, depois de Washington.
Apesar das súplicas de restrição dos funcionários, os californianos começaram a replicar o pânico de compras visto em toda Ásia e em outras regiões.
"Foi uma loucura", disse o diretor financeiro do Costco, Richard Galanti, a analistas em uma ligação na quinta-feira.
No mesmo dia, a polícia do condado de San Bernardino, perto de Los Angeles, foi chamada a um dos gigantescos armazéns após clientes se enfurecerem com a falta de suprimentos.
Apenas água cara
Na sexta, o Costco restringiu ainda mais a compra de água a duas caixas por cliente, ainda menos do que as quatro do dia anterior.
Vários compradores tentaram ignorar a regra e tiveram as garrafas confiscadas no caixa - o que levou a queixas e confrontos, disse um assistente.
"Com toda essa loucura, o medo começa a ficar palpável", disse Lisa García, trabalhadora de 30 anos de um comércio varejista. "Estávamos pensando em nos abastecer de produtos como papel, mas olha essas estantes vazias", disse à AFP.
Em uma filial perto dali, os compradores invadiram a loja, assim que as portas foram abertas.
Ao meio-dia, tinham sobrado apenas as caras garrafas de água Perrier. Alguns consumidores, embora preocupados, levaram-nas para casa, tentando ver o lado positivo da situação.
"Sou cauteloso", disse o socorrista Andrew, que se recusou a dar seu sobrenome, enquanto empurrava um carrinho cheio de água, papel toalha, limão e gengibre. "Quero ter o essencial, misturas para bebidas, vinhos. Se as coisas piorarem, tenho que beber", completou.
"Estou aqui para o caso de o apocalipse chegar", brincou Carlos Gonzalez, um estudante de 35 anos. "Acho que eles encontraram uma maneira eficiente de vender muitas coisas".
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