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Novos modelos de engajamento



As avaliações sobre a eficácia do robô Kiwi foram realizadas antes e após as intervenções de um mês. Embora os pesquisadores esperassem algumas melhorias nos participantes, os resultados superaram as expectativas. No fim dos testes, 100% das crianças demonstraram melhores habilidades matemáticas, enquanto 92% também tiveram avanços nas habilidades sociais. Nas análises pós-experimento, os pesquisadores conseguiram coletar outras informações interessantes que, segundo eles, podem ajudar a desenvolver uma receita para interações criança-robô.

A equipe observou maior envolvimento de todos os participantes logo após o robô ter falado, por exemplo. Especificamente, as crianças envolviam-se cerca de 70% do tempo no minuto seguinte a uma fala de Kiwi, percentual que caía para 50% quando a máquina deixava de se comunicar verbalmente por mais de 60 segundos. Embora insistam que um modelo personalizado para cada usuário seja o ideal, os pesquisadores também constataram que é possível alcançar resultados adequados usando modelos de engajamento treinados com dados de outras pessoas.

Além disso, o estudo observou que os cuidadores só precisavam intervir quando uma criança perdia o interesse por um longo período. Por outro lado, os participantes geralmente voltavam a se envolver rapidamente. Isso sugere que os sistemas robóticos devem se concentrar em neutralizar os períodos mais longos em que as crianças se mostram desinteressadas.

O laboratório de Maja Mataric continuará estudando os dados coletados do experimento. Um subprojeto que já está em desenvolvimento envolve a análise e a modelagem dos estados afetivos cognitivos das crianças, incluindo emoções como confusão ou excitação. O projeto, liderado por Zhonghao Shi, tem como objetivo projetar tutores de robôs socialmente assistidos com consciência de afetividade. Isso os tornará ainda mais sensíveis às emoções e aos humores dos usuários no contexto da aprendizagem. (PO)