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Universidades dos EUA começam a dar aulas online por causa do coronavírus

O governo de Donald Trump não decretou o fechamento de nenhuma instituição neste país onde foram registrados ao menos 791 casos e 27 mortes associadas a COVID-19

Correio Braziliense
postado em 10/03/2020 17:59
O governo de Donald Trump não decretou o fechamento de nenhuma instituição neste país onde foram registrados ao menos 791 casos e 27 mortes associadas a COVID-19Nova York, Estados Unidos - Universidades prestigiadas dos Estados Unidos, como Columbia, Berkeley e Harvard fecharam total ou parcialmente suas portas por causa do novo coronavírus, e agora oferecem aulas online.  

O governo de Donald Trump não decretou o fechamento de nenhuma instituição neste país onde foram registrados ao menos 791 casos e 27 mortes associadas a COVID-19. Esses locais, alguns privados, tem decidido sobre isso de forma independente.  

A poucos dias do início das férias de primavera, que começam no próximo final de semana, Harvard anunciou que os cursos serão oferecidos online até o fim do período, em 23 de março. 

A famosa universidade, situada na região de Cambridge, no estado de Massachusetts, pediu aos seus 36 mil estudantes para "não retornar após as férias de primavera" e seguir estudando à distância "até nova ordem". 

"O objetivo dessas mudanças é minimizar a necessidade de unir-se a grandes grupos e passar um tempo prolongado muito próximo a outros", disse o presidente da universidade, Lawrence Bacow, em uma mensagem publicada no site de Harvard.

Na Itália, Irã, Índia, Coreia do Sul e Japão, os países mais afetados pela epidemia depois da China, os governos têm concedido férias aos seus estudantes. A UNESCO estimou que no último 5 de março havia quase 300 milhões de estudantes sem aulas em 13 países por causa do vírus, e desde então o número segue aumentando.  

Nos Estados Unidos as medidas até agora são estabelecidas por cada instituição de ensino. O MIT, Instituto de Tecnologia de Massachusetts, também em Cambridge, cancelou todas as aulas com muitos alunos até o final do ano escolar no próximo 15 de maio, e aumentou os cursos online.  

Em Nova York, as universidades da Columbia, New York University, Fordham e Hofstra anunciaram que passarão a lecionar por cursos virtuais. A Universidade de Princeton, em Nova Jersey, indicou que haverão cursos online até o próximo 5 de abril e cancelou todos os eventos previstos no campus.  

No outro extremo do país, na Califórnia, ao menos cinco universidades, incluindo Berkeley e Stanford, suspenderam a maioria das suas aulas presenciais. Universidades, escolas primárias e secundárias que ainda não começaram a oferecer cursos virtuais se preparam para fazê-lo.  

A escola internacional da ONU, em Nova York, a UNIS, fechou suas portas na última segunda porque um professor foi diagnosticado supostamente com pneumonia, mas aguarda o resultado do teste para o vírus. Seus mais de mil alunos já estão assistindo às aulas online.  

Bill de Blasio, prefeito de Nova York, decidiu não fechar as escolas públicas. "Não podemos fechar tudo por excesso de medo", disse. "Quero proteger às crianças mais do que ninguém, mas por tudo que estamos vendo essa é uma doença que realmente não aparenta ser um problema para as crianças".  

Mas o governador de Nova York anunciou o fechamento de escolas situadas em uma "zona de contenção", de 1,6 km em New Rochelle, a 45 minutos de Manhattan, considerada epicentro do vírus no estado.  

Cerca de 40 universidades do país já estão dando cursos virtuais ou planejam fazê-lo, informou o Conselho de Educação dos Estados Unidos. "Trabalho com educação desde os anos 1980, e nunca vi algo parecido", disse à AFP um dos seus vice-presidentes, Brad Farnsworth. 

"É muito difícil fazer planos a longo prazo". A epidemia do vírus SRAS, em 2003, é "sem dúvidas" o caso mais próximo, mas as universidades americanas estão sendo muito mais afetadas pelo coronavírus pela quantidade de estudantes internacionais, explicou.  

Os EUA têm cerca de 370 mil estudantes chineses, que representam um terço do total de estudantes estrangeiros em suas universidades, mas esse número era bem menor em 2002, na última epidemia, disse Farnsworth.

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