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Opositores protestam contra emenda Putin

Correio Braziliense
postado em 12/03/2020 04:07
Em Moscou, manifestante contesta novos mandatos ao presidente



Os seguidores incondicionais do Kremlin e os opositores se mobilizaram, ontem, após uma nova reviravolta protagonizada por Vladimir Putin, que conseguiu a aprovação de uma reforma constitucional que abre o caminho para sua permanência no poder até 2036. A emenda à Carta Magna, adicionada na terça-feira a uma reforma mais ampla, para surpresa geral, permitirá ao homem forte da Rússia “zerar” o contador de seus mandatos presidenciais, o que lhe daria o direito de disputar as eleições em 2024 e também em 2030. A pedido do próprio líder, o Tribunal Constitucional precisa validar a manobra.

Adotada, ontem, em terceira votação pelos deputados, a reforma constitucional, que também inclui um reforço das prerrogativas presidenciais e medidas sociais, foi aprovada algumas horas depois pelo Senado russo.     As mudanças foram endossadas por 160 senadores do Conselho da Federação. Houve apenas um voto contrário, além de três ausências. O texto deve ser aprovado, agora, por dois terços das regiões russas. Depois disso, será submetido a uma votação popular, em 22 de abril.

Os aliados políticos do presidente celebraram a possibilidade de Putin, de 67 anos de idade e à frente da Rússia há 20, permanecer no poder. O prefeito de Moscou e leal seguidor do presidente, Serguei Sobianin, afirmou que proibir Putin de disputar a eleição em 2024, com base no atual limite de dois mandatos consecutivos, era um “fator desestabilizante” para o país.

Sobianin defendeu a “estabilidade” do poder ante os inimigos “internos e externos” da Rússia, que, enfatizou, “tentam abalar nossa independência e nossa economia”.

O presidente da Câmara dos Deputados, Viacheslav Volodin, declarou que a reforma “reforçará o país”. Já a presidente do Senado, Valentina Matvienko, afirmou que as eleições de 2024 não estão vencidas de maneira antecipada.

O líder da oposição Alexei Navalny denunciou uma reforma que permite a Putin buscar um mandato “como se fosse a primeira vez”. “Tecnicamente, o que aconteceu foi um golpe de Estado”, declarou o braço direito de Navalny, Leonid Volkov.





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