Os Estados Unidos anunciaram nesta sexta-feira o desenvolvimento de kits de diagnóstico rápido para o novo coronavírus, enquanto pessoas em todo o país relataram que não podem fazer o teste para a doença devido à falta de testes.
As autoridades americanas foram criticadas por atrasos na entrega de kits de teste, que, segundo especialistas em saúde, levaram o vírus a se espalhar por todo o país.
O Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS) informou nesta sexta-feira que concederá cerca de US$ 1,3 milhão a dois laboratórios para desenvolver testes que produzirão resultados em cerca de uma hora.
Atualmente, os resultados geralmente levam vários dias. O HHS disse que havia concedido US$ 700.000 à DiaSorin Molecular da Califórnia e pouco menos de US$ 600.000 à QIAGEN de Maryland para desenvolver os testes, mas não forneceu um cronograma de quando eles estarão disponíveis.
Na manhã desta sexta-feira, havia mais de 1.700 casos confirmados de coronavírus nos Estados Unidos e 40 mortes, segundo a contagem da Universidade Johns Hopkins.
No início do surto, os testes foram feitos apenas na sede dos Centros de Controle de Doenças (CDC). Na ocasião, o CDC começou a enviar seus kits para os laboratórios estaduais, mas os primeiros lotes estavam com defeito e tiveram que ser recolhidos.
Os obstáculos regulamentares impediram as autoridades estaduais de desenvolver e usar seus próprios testes com base nos protocolos fornecidos pela Organização Mundial da Saúde.
Esses entraves foram finalmente removidos em 29 de fevereiro, um mês após o primeiro caso nos Estados Unidos, e laboratórios particulares, incluindo os grandes LabCorp e Quest, anunciaram que seus kits entraram no mercado.
As pessoas, contudo, ainda relatam que não podem ser testadas, mesmo quando os sinais clínicos sugerem que têm o patógeno.
No começo desta semana, o vice-presidente Mike Pence, responsável pela resposta federal à crise, disse que um milhão de kits de testes estavam em uso e que outros milhões estavam a caminho, números que mais tarde se provaram enganosos, porque ainda faltam esses kits, componentes-chave.
Em uma audiência no Congresso na quinta-feira, o diretor do CDC, Robert Redfield, disse que os kits não estavam operacionais porque havia escassez de reagentes e também exigia mais zaragatoas nasais e pessoal treinado.
Anthony Fauci, chefe do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID), foi ainda mais duro quando um parlamentar democrata o questionou. "O sistema não está realmente orientado para o que precisamos agora, para o que está sendo pedido. Isso é uma falha, camos admitir", afirmou.
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