Correio Braziliense
postado em 14/03/2020 04:14
Com a situação, aos poucos, voltando à normalidade, a China enviou para a Itália um grupo de nove especialistas em coronavírus e várias toneladas de instrumentos médicos, em um voo especial, para ajudar a enfrentar a doença. O país é o mais afetado pela pandemia da Covid-19 na Europa. Segundo boletim médico divulgado ontem, o número de infectados ultrapassou 17,6 mil. Em 24 horas, foram registradas 250 mortes.
A maior parte dos casos se concentra no norte da Itália. No sul do país, há uma corrida contra o relógio para se preparar para a pandemia de coronavírus, devido às frágeis estruturas sanitárias nessas regiões menos desenvolvidas, com menos pessoal e material obsoleto.
O Hospital Cardarelli de Nápoles, por exemplo, acaba de preparar uma nova unidade de cuidados intensivos. No edifício M, rebatizado de Sala Coronavírus, restam agora alguns poucos leitos que logo cederão espaço para equipamentos e remédios mais sofisticados com o objetivo de salvar vidas.
Em toda a região da Campânia, cuja capital é Nápoles, a atmosfera é muito diferente da que se respira em Milão, no norte. Até ontem, haviam sido confirmados menos de 200 contágios e uma morte, na comparação com os mais de mil óbitos registrados em toda a Itália. Na Calábria, foram registrados 32 contágios, e na vizinha Basilicata, apenas oito. Os especialistas advertem, porém, que o sul não é imune.
Experts
Epicentro do novo coronavírus, no fim de 2019, e onde o número de casos diminui significativamente, a China decidiu enviar especialistas e equipamentos para transmitir a experiência em vários países, incluindo Iraque e Irã, também muito afetados. Para a Itália, a missão levou equipamentos de terapia intensiva e produtos de proteção médica, entre outros itens.
Liderados pelo vice-presidente da Cruz Vermelha chinesa, Yang Huichan, e pelo professor especializado em reanimação cardiopulmonar, Liang Zongan, o grupo é composto pelos maiores especialistas em ressuscitação, pediatria e enfermagem especializada em coronavírus na China.
De Pequim, o ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, assegurou a seu colega italiano, Luigi Di Maio, o apoio de seu país na luta contra o coronavírus. “O povo chinês nunca esquecerá o valioso apoio prestado pela Itália quando a China estava passando pelos momentos mais difíceis da luta contra o vírus”, disse ele.
No auge da epidemia na China, a Itália foi o primeiro país europeu a interromper suas conexões aéreas com o gigante asiático, uma ação considerada muito drástica na época, mas que foi tomada para isolar o foco do surto.
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