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Alemanha se protege de ofensiva de Trump por vacina contra o coronavírus

Angela Merkel disse que fará de tudo para que a vacina desenvolvida por alemães seja fabricada na Europa

Correio Braziliense
postado em 16/03/2020 08:52
Pesquisadores alemães teriam desenvolvido uma vacina contra o coronavírusO governo da chanceler alemã Angela Merkel acusou o presidente americano Donald Trump de tentativa de se apropriar de um projeto de vacina contra o coronavírus desenvolvido por um laboratório da Alemanha, ao mesmo tempo que advertiu que fará o possível para que o projeto seja desenvolvido na Europa.

"Os pesquisadores alemães desempenham um papel de primeiro nível no desenvolvimento de medicamentos e vacinas e não podemos permitir que outros busquem a exclusividade de seus resultados", afirmou o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Mas.

O ministro do Interior, Horst Seehofer, confirmou no domingo (15/3) as informações publicadas pelo jornal Die Welt sobre uma tentativa do presidente americano Donald Trump de assumir o controle de um laboratório alemão com uma grande oferta de dinheiro.

"Posso afirmar que hoje escutei em várias ocasiões da parte de membros do governo que é exato", disse.

Sheehofer anunciou que o tema deve ser abordado nesta segunda-feira no comitê de crise estabelecido pelo governo para administrar a luta contra a epidemia de coronavirus, que até o momento infectou quase 5.000 pessoas e provocou 12 mortes na Alemanha.

No meio da disputa está o laboratório alemão CureVac, que fica em Tubingen, sudoeste do país, que trabalha em uma vacina contra o COVID-19, graças a subsídios do governo alemão.

O laboratório afirma estar "a alguns meses" de conseguir apresentar um projeto para a validação clínica.

De acordo com o jornal Die Welt, Trump tentou atrair, com milhões de dólares, cientistas alemães que trabalham em uma potencial vacina ou conseguir a exclusividade para seu país com um investimento na empresa.

Esta vacina seria então "apenas para os Estados Unidos", declarou ao jornal uma fonte próxima ao governo alemão.

Procurado pela AFP no domingo, um representante do governo americano afirmou que o assunto era "muito exagerado".

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