Correio Braziliense
postado em 17/03/2020 15:15
Nova York, Estados Unidos - As companhias aéreas do mundo pedem ajuda para sobreviver à crise causada pela nova pandemia de coronavírus, que as obriga a manter seus aviões no solo. O medo generalizado, o fechamento de fronteiras e a proibição de viagens levaram ao cancelamento de cerca de 185.000 voos. A pandemia "é pior que o 11 de Setembro para o setor de transporte aéreo", disse o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, em entrevista coletiva na Casa Branca, referindo-se aos ataques de 2001 ao país.
É uma "situação sem precedentes" e "ninguém sabe quanto tempo vai durar ou qual será o seu impacto", disse Brendan Sobie, analista independente do setor com sede em Singapura. "Até o final de maio de 2020, a maioria das companhias aéreas do mundo quebrará", afirmou a empresa de análise de mercado CAPA.
Diante dessas perspectivas sombrias, as companhias aéreas esperam ser resgatadas pelas autoridades, assim como os bancos foram resgatados durante a crise global de 2008. As companhias aéreas dos EUA, que tiveram que suspender milhões de voos e rotas transatlânticas, precisam urgentemente de US$ 25 bilhões e a mesma quantia em créditos de curto e médio prazo.
Seus colegas britânicos pediram mais de US$ 9 bilhões ao governo. "Precisamos apoiar as companhias aéreas. Não é culpa deles", disse o presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca, sem anunciar medidas concretas.
Essa crise também pode levar, a longo prazo, a mudanças nos usuários e "um aumento nas taxas porque as empresas tentarão compensar suas perdas", disse Shukor Yusof, analista da consultoria aeronáutica Endau Analytics na Malásia.
Controvérsias
O governo italiano, por sua vez, está se preparando para nacionalizar a Alitalia. Segundo a mídia, Roma planejava conceder 600 milhões de euros para todo o setor aéreo do país, no qual a Alitalia detém a maior parte.
No entanto, essa ajuda não deixa de ser polêmica, especialmente entre aqueles que criticaram os planos de resgate para o setor bancário em 2008 e entre grupos ambientais, que acusam o transporte aéreo de ser altamente poluente, contribuindo para as mudanças climáticas.
O transporte aéreo é, contudo, um ator econômico importante e vital para setores como o turismo e da indústria da aviação, à qual pertencem Airbus, Rolls Royce e Boeing, que inclusive pediu ajuda à Casa Branca e ao Congresso para lidar com a pandemia de Covid-19.
Enquanto isso, as companhias aéreas buscam reduzir custos com cortes de empregos, cancelamentos de rotas, renegociação de contratos com fornecedores e uso de aviões menores e mais baratos.
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